PROFESSOR

PAULO CESAR

PORTAL DE ESTUDOS EM QUÍMICA
 

DICAS PARA O SUCESSO NO VESTIBULAR: AULA ASSISTIDA É AULA ESTUDADA - MANTER O EQUILÍBRIO EMOCIONAL E O CONDICIONAMENTO FÍSICO - FIXAR O APRENDIZADO TEÓRICO ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS.

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NOTÍCIAS INTERESSANTES

Nesta seção apresento algumas notícias de interesse geral retiradas da revista superinteressante.

ÍNDICE

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Revestimento antigrafite protege monumentos: cientistas espanhóis desenvolveram um novo revestimento antigrafite que pode ser aplicado em prédios e monumentos históricos.

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Quem não fuma pensa melhor: Pesquisas desenvolvidas nos EUA indicam que as pessoas que fumam pensam mais devagar e têm reflexos mais lentos dos que os não-fumantes.

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Grandes números, pequenos homens: O total de seres vivos existentes no planeta seria espantoso se, não houvesse um equilíbrio estabelecido pela propria natureza.

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A estranha família do átomo: Tentando explicar a origem do universo descobriu-se o átomo, mais tarde os elétrons, prótons e nêutrons; atualmente estudam-se partículas menores ainda: os quarks, léptons e bósons.

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Cabo elétrico à prova de mordidas: A Pirelli do Brasil desenvolveu um novo cabo elétrico resistente a insetos e roedores em geral, que deverá diminuir o número de blecautes no sistema energético.

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Ar-condicionado, só em ordem: O ar-condicionado pode causar algumas doenças e irritações para as pessoas que passam muitas horas em lugares onde as janelas permanecem fechadas.

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Tapa nos glóbulos: A substância THC (tetrahidrocanabinol), contida na maconha, afeta o sistema imunológico dos fumantes, fazendo com que estes adoeçam com mais frequência.

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A mente em forma: De acordo com pesquisas, da Universidade da Califórnia, EUA, as pessoas que fazem ginástica frequentemente são emocionalmente mais firmes; a ginástica ajuda a atividade mental e retarda o envelhecimento do sistema nervoso central.

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A luz da matéria: A teoria dos quanta (mecânica quântica) pode ter muito mais a ver com a realidade do que imaginamos; recentemente, experiências realizadas na França, EUA e URSS confirmaram que tanto a luz quanto a matéria se comportam ora como onda, ora como partículas.

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Das pirâmides ao lixo atômico: O químico americano Joseph Dawidovits afirma ter criado um cimento tão resistente quanto o material utilizado para a construção das pirâmides que poderia solucionar o problema de como guardar o lixo atômico das usinas nucleares.

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Um gole de humor: Cientistas suecos descobriram que a cafeína age diretamente em células ligadas ao estado de ânimo da pessoa, deixando-a bem-humorada.

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Receita contra a ansiedade matemática: Tenta explicar por que a matemática tem sido uma das áreas do conhecimento menos procurada pelos estudantes.

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Herança de Hiroshima: Cientistas americanos e japoneses, estudando as consequências da explosão atômica em Hiroshima, constataram que os efeitos dos raios gama, liberados pela fissão nuclear, são mais nefastos para o homem do que se acreditava.

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Antimatéria no tanque: A antimatéria poderá ser o combustível do futuro; a Força Aérea americana está acompanhando atentamente as pesquisas no setor, pois pretende aproveitá-la em foguetes espaciais.

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Urânio no fumo: Os cigarros brasileiros contêm duas vezes mais urânio que os fabricados no exterior. Esse elemento radioativo absorvido pelo organismo do fumante tende a causar câncer.

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Supercondutor de tálio avança: Pesquisadores americanos descobriram um novo material supercondutor: o tálio.

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Poluição natural: A floresta amazônica pode estar contribuindo para o efeito estufa, pois ela é responsável pela maior liberação na atmosfera de gases orgânicos.

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Borracha elétrica: De acordo com pesquisas, a borracha natural pode tornar-se condutora de eletricidade quando impregnada com iodo.

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Descoberta de péssimo gosto: Químicos americanos descobrem uma substância à base de sacarina e benzoato de denatônio que é considerada péssima em testes de degustação, devido a seu sabor amargo.

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Sol à vista: Efeitos que a luz do Sol provoca nos olhos.

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Açúcar para evitar cáries: O xilitol, um tipo de açúcar encontrado na madeira e em algumas frutas pode ajudar a prevenir o aparecimento de cáries.

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Preguiça leva ao infarto: Exercícios físicos podem diminuir os casos de morte por doenças do coração.

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Fórmula melhor de vitamina A: Cientistas americanos criaram fórmulas de vitamina A solúveis em água. A diferença entre esta e a vitamina tradicional é permitir que seus excessos tóxicos sejam eliminados na urina.

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O efeito estufa aquece e esfria: Pesquisa australiana revela que o efeito estufa pode esquentar ou esfriar, dependendo da camada da atmosfera onde se manifesta.

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Hidrogênio em forma de metal: Físicos do Instituto de Carnegie, em Washington, conseguiram metalizar o hidrogênio, durante uma fração de tempo não revelada.

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A chave química do apetite: Cientistas descobrem que hormônio secretado pelo aparelho digestivo inibe o apetite.

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Pontos de prata matam bactérias: Uma sutura de prata pode acabar com as infecções mais comuns após as cirurgias.

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Um doce sabor de mistério: Segundo alguns químicos, o que torna doce uma substância é o formato da molécula, que permitiria um encaixe perfeito em receptores especializados do paladar.

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As sete pragas do ozônio: Relação dos efeitos que a destruição da camada de ozônio pode ter sobre a superfície terrestre.

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Mar aquecido aquece Terra: Cientistas pesquisam a participação dos oceanos no processo de aquecimento da Terra conhecido como efeito estufa.

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Bactéria suporta calor infernal: Arqueobactérias, microorganismos capazes de se adaptar a meios hostis, são os organismos que sobrevivem às temperaturas mais quentes.

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Teflon contraria regra da Física: Novos materiais apresentam a singularidade de se tornarem mais largos quando esticados. Essa propriedade ajudará na construção de ossos artificiais, coletes à prova de balas e absorvedores de choque e de som.

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Sob o comando da vitamina A: Pesquisadores descobriram que a vitamina comanda a edificação do organismo, desde o microscóspico ovo fecundado até um ser completo.

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Mau tempo providencial: A descoberta da radioatividade pelo físico, ao deixar o material de pesquisa dentro de uma gaveta por dias.

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Para devorar o ozônio devagar: Cientistas americanos e israelenses sugeriram uma nova versão do CFC, conhecida como CFC 123, que permaneceria apenas dezoito meses na atmosfera, contra os sessenta anos do normal.

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Razões de risco além do sol: Recente estudo americano revela mais seis fatores de risco de melanoma, a mais grave forma de câncer de pele.

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Por trás da arte das cavernas: Cientistas franceses concluíram que os pintores primitivos preparavam as tintas com misturas complexas de diversos minerais diluídos para desenhar e pintar nas cavernas.

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Frango ao raio gama: Pela primeira vez, um alimento conservado por radiação gama foi liberado para consumo nos EUA. Os americanos querem prolongar a "vida útil" de frangos nos supermercados, usando a radiação a fim de diminuir os riscos de deterioração.

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Vitamina C detém radicais: Pesquisadores da American Society for Clinical Nutrition, de Washington, suspeitam que a vitamina C previne a hipertensão.

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Surge o diamante mais puro: Engenheiros químicos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da General Electric, nos EUA, sintetizaram um cristal de diamante capaz de conduzir calor com 50% mais eficiência do que os diamantes naturais.

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Uma bactéria estressada: Bactéria quase sempre consegue sobreviver ao ataque dos macrófagos, células humanas especializadas em engolir e triturar invasores, por um motivo que só agora os cientistas descobriram: depois de ter enfrentado todos os obstáculos impostos pelo organismo humano, ela libera, quando atinge o estresse, uma substância capaz de bloquear a ação dos macrófagos.

Revestimento antigrafite protege monumentos

cientistas espanhóis desenvolveram um novo revestimento antigrafite que pode ser aplicado em prédios e monumentos históricos.

Os monumentos, principalmente as esculturas, normalmente são feitos com materiais com uma porosidade que não é adequadamente protegida pelos produtos antigrafite existentes no mercado. Segundo os especialistas, ao usar os produtos disponíveis "geralmente você acaba inserindo um dano certo para se defender de um dano apenas provável."

Revestimento antigrafite

O novo revestimento antigrafite é baseado em um polímero à base de silicone, sensível ao pH do meio. Ele adere adequadamente às superfícies muito porosas dos monumentos e possui a propriedade da hidrofobicidade, que evita que a água penetre profundamente no material, além de filtrar os raios ultravioleta, evitando desta forma também os danos a longo prazo dos agentes naturais. O revestimento é totalmente transparente, sendo impossível detectá-lo a olho nu, o que garante que sua aplicação não tem efeitos visuais sobre o monumento.

Teste de campo

O polímero forma uma camada fina e invisível sobre a superfície onde ele é aplicado, evitando que a tinta dos grafiteiros grude profundamente no material. Qualquer resíduo pode ser facilmente lavado apenas com água.

Depois de aprovado em laboratório, o novo revestimento antigrafite foi testado em 8 tipos de monumentos de diferentes porosidades em cinco países da Europa (Espanha, Alemanha, Itália, Bélgica e Eslovênia).

Para testar a efetividade do novo produto, o material foi submetido a um estudo comparativo com os principais produtos antigrafite do mercado, mostrando-se superior a todos eles nas aplicações a que se destina.

Agora os engenheiros vão empreender um estudo de longo prazo para avaliar o comportamento e o efeito do novo revestimento sobre os monumentos. Depois disso eles planejam lançar o produto comercialmente.

 

Quem não fuma pensa melhor

Pesquisas desenvolvidas nos EUA indicam que as pessoas que fumam pensam mais devagar e têm reflexos mais lentos dos que os não-fumantes.

A velha lenda de que a nicotina estimula o raciocínio acaba de virar fumaça. Pesquisas recentes nos Estados Unidos indicam exatamente o contrário – em determinadas situações, os fumantes pensam mais devagar e têm reflexos também mais lentos do que os não fumantes. Numa experiência, sessenta estudantes, não- fumantes e fumantes, foram solicitados a olhar uma tela de computador com vinte letras idênticas; a cada mudança de letra deviam apertar uma tecla. Resultado: os não- fumantes percebiam depressa as modificações, enquanto os fumantes às vezes nem notavam quando ocorriam.

Outro teste consistia em ouvir uma história e depois recontá-la: de novo, os não- fumantes saíram-se melhor, conseguindo lembrar dos episódios e relatar corretamente as idéias mais importantes. Em um terceiro teste , os estudantes receberam a incumbência de dirigir por uma estrada estreita, manipulando o câmbio e o acelerador, diante de um simulador computadorizado. Os que tinham fumado, pouco antes do início do teste, colidiram duas vezes mais que os fumantes que se abstiveram de fumar uma hora antes e três vezes mais que os não fumantes.

 

Grandes números, pequenos homens

O total de seres vivos existentes no planeta seria espantoso se, não houvesse um equilíbrio estabelecido pela propria natureza.

"Para que qualquer pessoa exista hoje, houve duas pessoas para gerá-la, o pai e a mãe. Para gerar esse pai e essa mãe foram necessárias quatro pessoas: o pai e a mãe para o pai, pai e mãe para a mãe. Considerando uma duração média de 25 anos para cada geração, verificamos que do ano zero até agora já se passaram 79 gerações. Isso nos leva à conclusão, absurda, que a existência de uma única pessoa em 1987 exigiu o incrível número 2 elevado a 78 (ou 302 sextilhões) de pessoas no ano zero".

O cálculo matemático esta correto, mas é claro que esse número é um absurdo. Se todas as pessoas ficassem em pé, lado a lado, e calculando que os pés de cada uma ocupassem 550 centímetros quadrados, elas precisariam de uma área de aproximadamente 16 quintilhões de quilômetros quadrados. Algo assim como 30 bilhões de vezes a superfície total da Terra, aí contados continentes, ilhas, mares, oceanos, rios, lagos e tudo quanto mais houver.

O próprio leitor sugere uma resposta plausível para essa questão espantosa: casamentos consangüíneos, entre parentes próximos, trouxeram a base da pirâmide, construída para traz, às suas reais proporções. Isso faz crer que a endogamia, ou esses casamentos entre parentes próximos, tenha sido mais comum do que estamos habituados a acreditar. Somos mais aparentados uns com os outros do que pensamos, apesar das visíveis diferenças de crença, ideologia, cor da pele, traços culturais, língua, perfil econômico. Como parece ingênuo o homem que procura se convencer de que, não sendo galho da mesma árvore, não é, também, árvore da mesma floresta. Mas há ainda muitas outras lições a aprender com grandes números desse tipo. No seu livro Brincando de Matemática, o cientista russo Y.I. Pekelman comenta problemas parecidos em relação à reprodução de plantas e animais. Vejamos apenas um exemplo sugestivo: se germinassem com sucesso todas as 3 mil sementes que ocorrem numa única amapola, uma flor de forte colorido avermelhado, ela produziria no verão seguinte 3 mil novas plantas. Se continuarmos a imaginar que todas as sementes germinarão sem nenhuma falha, bastariam cinco verões para que toda a superfície da Terra ficasse coberta de amapolas, impedindo a sobrevivência de qualquer outra espécie vegetal.

É um fantástico potencial de vida e por isso mesmo é difícil acreditar que ele esteja concentrado em uma única e minúscula semente. A natureza, sabiamente, incumbe-se de evitar que a bela amapola se transforme em uma catástrofe, e para isso recorre a truques bem simples. A maioria dessas sementes cai em solo não apropriado para seu desenvolvimento, outras são destruídas pelos animais, outras, ainda, são sufocadas pelas plantas que com elas vão disputar o direito a vida.

É assim que se mantém o equilíbrio ecológico, indispensável à sobrevivência de todas as espécies, vegetais ou animais. Inclusive do homem, que teima em ignorar todas as advertências que recebe da Natureza sobre o perigo que representa para todos os viventes o rompimento desse equilíbrio em qualquer ponto da cadeia. Os exemplos tem sido muitos, e todos muito significativos. Poderia citar, ao acaso, ao pardais que foram levados para o Havaí, os coelhos na Austrália, a ave serpentária a Jamaica para acabar com as cobras, os mangustos que foram logo depois introduzidos no mesmo país.

Foram tentativas de eliminar o excesso aparente de uma espécie de animal daninho importando um predador estranho àquele ambiente. O animal daninho foi eliminado em todos esses exemplos, mas os predadores se tornaram um problema maior e mais difícil de controlar. Experiências desse tipo fazem parte da interminável luta do homem em busca do saber. Ela é fundamental, mas deve ser acompanhada pela preocupação em não ultrapassar os limites naturais, além dos quais qualquer solução aparente para um problema se transforma num problema ainda maior e mais difícil de solucionar.

 

A estranha família do átomo

Tentando explicar a origem do universo descobriu-se o átomo, mais tarde os elétrons, prótons e nêutrons; atualmente estudam-se partículas menores ainda: os quarks, léptons e bósons.

No passado, era só ele. Depois, vieram os elétrons, prótons e nêutrons. Hoje, fala-se de misteriosas partículas como os quarks, léptons e bósons. Quanto mais se pesquisa a intimidade da matéria, mais surpresas aparecem.

Três quarks para Muster Mark: a frase é do Finnegans wake, o último e praticamente ilegível livro do romancista irlandês James Joyce (1882-1941). Quark é o nome de um tipo de queijo, mas no livro o significado da expressão permanece obscuro. Graças ao humor do físico americano Murray Gell-Mann, no entanto, a palavra acabou entrando para o vocabulário científico. Gell-Mann havia percebido em 1964 que muita coisa do comportamento de partículas como os prótons e nêutrons, que formam os núcleos dos átomos, poderia ser explicada se elas fossem constituídas de partículas ainda menores. Como estas seriam três para cada próton ou nêutron, ele tomou emprestada a palavra de Joyce e as chamou quarks. Conscientes de que estavam entrando num mundo teórico muito diferente da realidade macroscópica com a qual se convive todos os dias, os físicos deram aos três quarks os nomes de up (para cima). down (para baixo) e strange (estranho). Logo. o elenco dos quarks foi ampliado de três para seis, com a inclusão do charm (charme), bottom (fundo) e top (topo). Esses nomes designam os seis sabores com que os quarks aparecem. Cada sabor, por sua vez, apresenta-se em três cores diferentes: vermelho, verde e azul. Esses sabores e cores, evidentemente, não têm nada a ver com as cores e sabores do mundo cotidiano. Indicam apenas propriedades atribuídas aos quarks pela teoria. Nenhum quark livre foi até agora encontrado nas experiências de laboratório. É que, caso existam de verdade, as forças que os mantêm agregados seriam tão poderosas que tornariam praticamente impossível arrancá-los dali. O que a ciência pode afirmar com razoável segurança é que, sejam formados por quarks ou não, partículas como os prótons e nêutrons devem possuir algum tipo de estrutura interna. Eles não são, juntamente com os elétrons a última fronteira da realidade, os tijolos básicos de que todo o Universo seria formado. Essas idéias são relativamente novas. Até o final do século XIX, o próprio átomo, cujo conceito fora herdado da antiga filosofia grega, ainda era pensado como indivisível. A descoberta do elétron pelo físico inglês Joseph Thomson, em 1897, junto com a descoberta da radiatividade pelo físico francês Henri Becquerel, em 1896, forçaram uma revisão radical da velha idéia. Verificou-se que os átomos de substâncias como o urânio emitiam diferentes tipos de radiação e se transformavam em substâncias completamente diferentes. Foram identificados três tipos de radiação, que receberam os nomes de alfa, beta e gama. Constatou-se que os raios alfa eram, na verdade, partículas positivamente carregadas que hoje se sabe serem constituídas por dois prótons e dois nêutrons, como os núcleos dos átomos de hélio. Os raios beta são, por sua vez, elétrons de alta energia. E os raios gama, radiação eletromagnética semelhante a luz, mas de comprimento de onda muito menor. Ora, pensaram os físicos, por que não utilizar essas partículas de dimensões subatômicas emitidas pelas substâncias radiativas para inspecionar a constituição interna do próprio átomo? Foram idéias mais ou menos como essa que em 1911 levaram o físico inglês Ernest Rutherford a uma conclusão surpreendente: a maior parte do volume do átomo era, na realidade, ocupada pelo vazio; uma minúscula região no centro do átomo o núcleo, positivamente carregado, concentrava quase toda a massa atômica; em torno dele, como os planetas em redor do Sol, moviam-se os elétrons, de carga negativa; a atração elétrica entre as cargas opostas é que manteria os elétrons em suas órbitas, assim como a atração gravitacional mantém os planetas girando em volta do Sol. Para se ter uma idéia de como os átomos são pequenos, escreveu o físico austríaco-americano Fritjot Capra, imaginemos uma laranja que tenha o tamanho da Terra; os átomos da laranja teriam, então, o tamanho de cerejas. No entanto, mesmo num átomo do tamanho de uma cereja, o núcleo atômico continuaria invisível: para que se pudesse enxergá-lo, o átomo teria de ter não mais as dimensões de uma cereja, e sim da maior abóbada do mundo, a da catedral de São Pedro, em Roma. Num átomo de tal envergadura, o núcleo teria o tamanho de um grão de sal. Embora sua representação gráfica tenha permanecido como uma espécie de símbolo do átomo, o modelo planetário de Rutherford não perdurou. Seu principal defeito é que, de acordo com a teoria clássica da Eletrodinâmica, os elétrons em movimento deveriam emitir radiação eletromagnética e essa emissão ocorreria à custa da diminuição de sua energia de movimento, ou energia cinética. Movendo-se cada vez mais devagar, os elétrons seriam progressivamente atraídos pelos núcleos, até se chocar com eles. Mas isso simplesmente não ocorre. Esse foi apenas o primeiro de uma série de paradoxos que os átomos apresentaram aos homens interessados em compreendê-los. Os físicos porém, não se desesperaram e acabaram realizando uma revolução científica, com a criação, na década de 20, da Teoria Quântica.

O primeiro a ultrapassar as fronteiras do mundo atômico com as novas ferramentas quânticas foi Niels Bohr, em 1913. Ele montou um modelo para explicar o mais simples dos átomos, o do hidrogênio que tem apenas um próton no núcleo e um elétron girando ao redor dele. Nesse modelo há um número preciso de camadas, dispostas concentricamente em torno do núcleo, nas quais o elétron pode se mover sem emitir radiação. Essas camadas correspondem aos diferentes níveis de energia que podem ser assumidos pelo elétron. Como a energia tem uma natureza descontínua, cada camada é separada da seguinte por uma zona que não pode ser transitada pelo elétron. A Teoria Quântica concentrou-se de início no estudo da distribuição e do comportamento dos elétrons no interior do átomo. O núcleo atômico continuava um território obscuro. Deduziu-se que deveria haver em seu interior, além do próton, outro tipo de partículas de massa próxima à do próton, mas desprovida de carga elétrica. A existência do nêutron foi efetivamente confirmada em laboratório, em 1932. Como o núcleo podia manter, porém, sua coesão, sem se estilhaçar por força da repulsão elétrica entre os prótons? A atração gravitacional entre as partes do núcleo é insuficiente para contrabalançar a intensa rejeição elétrica entre as cargas de mesmo sinal. A hipótese de que o nêutron pudesse funcionar como uma espécie de cimento mostrou-se inconsistente. A solução de mais esse enigma apresentou-se com a descoberta da força nuclear forte. Essa força tem características estranhas. Como o nome indica, é de fato muito poderosa, mas só atua a distâncias extremamente pequenas da ordem de duas a três vezes o diâmetro das próprias partículas nucleares. A essa distância ela é atrativa; a distâncias ainda menores torna-se fortemente repulsiva: desse modo, tanto impede que o núcleo estoure devido à repulsão elétrica, como que os prótons e nêutrons se esmaguem uns aos outros. Sob o efeito da força nuclear forte, a matéria existente no núcleo atômico apresenta-se incrivelmente compacta. Para se ter uma idéia, se todo o corpo humano fosse comprimido à densidade nuclear, não ocuparia mais espaço do que a cabeça de um alfinete. Uma concentração assim tão densa pode dar a impressão de que as partículas no interior do núcleo se encontram imobilizadas. Completamente falso: as partículas, quando confinadas a uma pequena região do espaço, tendem a um movimento frenético. Os elétrons, em seus orbitais, atingem a velocidade de 960 quilômetros por segundo; os prótons, confinados num volume muitíssimo menor, alcançam a estonteante velocidade de 64 mil quilômetros por segundo. Prótons e nêutrons, como se viu, seriam formados de partículas ainda menores. Nessa busca da fronteira final do átomo, uma das dificuldades está em que, ao contrário do que especulavam os antigos filósofos gregos e ao contrário também do senso comum , não se pode dividir e subdividir a matéria até chegar à menor fração possível. O método adotado nas modernas pesquisas consiste em acelerar as partículas subatômicas por meio de poderosíssimos campos eletromagnéticos e fazê-las estilhaçar de encontro a outras partículas. No entanto, os estilhaços resultantes da colisão não são menores do que as partículas originais. Isso porque grande parte da energia de movimento (ou energia cinética) adquirida pelas partículas no interior dos aceleradores transforma-se em massa quando elas se chocam. Esse fenômeno de conversão de energia em massa e de massa em energia foi previsto na Teoria da Relatividade de Einstein. O resultado é que, fazendo as partículas colidir, é possível dividir indefinidamente a matéria mas jamais se chega a pedaços menores. Pela natureza das partículas resultantes do choque, porém é possível saber muita coisa sobre a estrutura das partículas originais. A teoria dos quarks foi montada com base nesse tipo de investigação. Os quarks não podiam ser encontrados diretamente, mas os prótons e nêutrons se comportavam nas experiências como se fossem constituídos por três quarks cada. Para toda uma corrente da Física, os quarks poderiam ser alguns dos tão procurados tijolos básicos do Universo. Só que, no caso, não um tipo único de tijolo, mas uma família deles pois os quarks se apresentariam em seis tipos diferentes. As partículas formadas pelos quarks são aquelas entre as quais atua a força nuclear forte ou, para usar um vocabulário mais moderno, aquelas que participam da interação forte. Elas são conhecidas coletivamente como hádrons. Assim como os prótons e os nêutrons, os hádrons possuem três quarks cada um os bárions. Outros, mais leves, formados por um quark e um antiquark, são chamados mésons. Ao lado dos quarks, haveria outra família de tijolos básicos, também integrada por seis indivíduos. São os léptons, dos quais o mais conhecido é o velho e bom elétron. Ao contrário dos hádrons, os léptons não participam da interação forte, mas de outro tipo de interação, que recebeu o nome de fraca. Forte, fraca, eletromagnética e gravitacional: são estas as quatro forças conhecidas no Universo. O fato de serem agora chamadas interações se deve à descoberta de que resultam, na verdade, de uma troca de partículas entre as partículas: os prótons e nêutrons permaneceriam tão fortemente aglutinados no núcleo atômico porque estariam constantemente trocando partículas entre si. A partícula que trocam, responsável pela interação forte, recebeu apropriadamente o nome de glúon, derivado do inglês glue, que quer dizer cola. Partículas como os glúons, ou os fótons (responsáveis pela interação eletromagnética), formariam uma terceira e última família de tijolos elementares, a dos bósons, também em número de seis. Quarks, léptons e bósons três famílias de seis elementos cada, comporiam o simétrico elenco com o qual todo o drama do Universo seria encenado. O modelo é tentador, mas os físicos são uma platéia exigente e inquieta. Eles se perguntam se os quarks seriam partículas realmente elementares, isto é, unidades mínimas desprovidas de estrutura interna. O fato de se manterem tão fortemente aglutinados no interior dos hádrons indica que, entre eles, devem agir forças extremamente poderosas. Ora, as forças são trocas de partículas. Nesse caso, se trocam partículas entre si, os quarks devem apresentar algum tipo de estrutura; portanto, seriam constituídos de componentes ainda menores. A coisa parece não ter fim. Para uma corrente minoritária, mas importante da Física, essas e outras dificuldades não decorrem de uma perfídia da realidade, mas de uma atitude equivocada do cientista diante dessa mesma realidade. Segundo essa linha, a idéia de um Cosmo constituído de componentes fundamentais isolados deveria ser definitivamente superada. Em lugar de um gigantesco conjunto de minúsculas bolinhas de gude com existência autônoma, existiria uma grande teia de acontecimentos relacionados entre si. Nenhuma das propriedades de qualquer parte dessa teia seria fundamental; todas decorreriam das propriedades das outras partes; as interrelações entre essas diversas partes é que determinariam a estrutura da teia como um todo. Para esses físicos, os paradoxos do modelo quark deixariam a ciência numa situação muito parecida com a dos tempos heróicos do desenvolvimento da teoria atômica, quando os impasses das concepções clássicas levaram à criação da Mecânica Quântica. Uma nova revolução científica, de alcance talvez ainda maior, estaria em gestação.

O empurra-empurra nuclear

Os núcleos dos átomos se mantêm estruturados graças à forca nuclear forte. Se ela deixasse de existir, os núcleos explodiriam devido à repulsão eletromagnética entre os prótons. Quando estes estão a uma distância equivalente ao diâmetro do núcleo (10-3 cm), a força nuclear de atração entre eles é 40 vezes maior do que a força de repulsão eletromagnética. Basta que a distância aumente quatro vezes, porém, para que as duas forças se equilibrem. Se aumentar 100 vezes, a repulsão eletromagnética ficará 1 milhão de vezes maior do que a atração exercida pela força nuclear.

Bons tempos aqueles

A idéia era simples e parecia consistente: se a matéria podia ser dividida em pedaços cada vez menores, devia haver um ponto em que se chegasse à mínima fração possível. Foi assim que os antigos filósofos gregos conceberam os átomo (indivisíveis). A doutrina deve ter-se originado por volta do século V a.C. e seus principais representantes foram Leucipo e Demócrito. Do primeiro quase nada se sabe. O segundo, discípulo daquele, nasceu na Trácia, em torno do ano 460 a.C. Dono de uma curiosidade enciclopédica, realizou observações nos terrenos da Zoologia e da Botânica e escreveu vários tratados, dos quais só restaram fragmentos. Além de indivisíveis, os átomos de Demócrito eram também invisíveis, devido a sua pequena massa, e só se distinguiam uns dos outros por seu tamanho e por sua forma. As diferentes formas é que davam às diversas substâncias suas propriedades. Os líquidos, por exemplo, deviam sua fluidez ao fato de serem constituídos por átomos esféricos, que deslizavam perfeitamente uns sobre os outros. O atomismo foi das primeiras tentativas de descobrir uma explicação racional para a multiplicidade de seres da natureza. Abandonada durante a Idade Média cristã, a idéia foi preservada, no mundo muçulmano. O poeta místico persa do século XIII Djalal ud-Din Rumi chegou a afirmar que os átomos eram divisíveis 700 anos antes da moderna Física. O século XVII assistiu a uma retomada do interesse pelos átomos; o principal representante do atomismo dessa época foi Pierre Gassendi ( 1592-1655), professor no Collège Royal, de Paris. Ele procurou sintetizar a filosofia dos antigos gregos com o cristianismo. No século XIX, a partir das teorias sobre gases do inglês John Dalton e do italiano Amedeo Avogadro, o atomismo deixou o limbo da Filosofia para entrar no terreno da ciência.

 

Cabo elétrico à prova de mordidas

A Pirelli do Brasil desenvolveu um novo cabo elétrico resistente a insetos e roedores em geral, que deverá diminuir o número de blecautes no sistema energético.

Após três anos de pesquisas, está sendo lançado no Brasil um novo cabo elétrico, resistente a insetos e roedores em geral. A idéia surgiu após se perceber que, imunes á óleo, água e poeira, os cabos condutores de energia ainda sofriam desgaste devido a inimigos desconhecidos. Só depois de analisar as causas de vários blecautes é que se chegou à conclusão de que a capa dos condutores, feita de material plástico, era ligeiramente doce e atraia insetos e roedores, como o prosaico cupim ou o incansável rato. Para combater esse tipo de ataque, a Pirelli do Brasil desenvolveu uma mistura de repelente, que é adicionada à capa isolante durante a moldagem. Por ser repelente, a mistura perturba o paladar dos bichos e assim preserva a vida dos cabos.

 

Ar-condicionado, só em ordem

O ar-condicionado pode causar algumas doenças e irritações para as pessoas que passam muitas horas em lugares onde as janelas permanecem fechadas.

Dores de cabeça, espirros, obstrução nasal, irritação nos olhos e até náuseas podem acometer pessoas que passam muitas horas em lugares com o ar-condicionado ligado – sobretudo em prédios de escritórios onde as janelas não abre. Só há pouco tempo começou-se a relacionar tais sintomas com o ambiente. Descobriu-se, por exemplo, que aparelhos de ar-condicionado mal conservados disseminam fungos e bactérias responsáveis pela asma e pela rinite. Existe até um tipo de bronquite asmático batizada pelos especialistas de asma do ar-condicionado.

Um tipo de fungo capaz de passar pelos filtros dos condicionadores é o actinomiceto, que causa dos alvéolos pulmonares, pequenos sacos de a que aumentam em diminui com a respiração e por onde o sangue é o oxigenado. O legista Júlio Croce, professor da Universidade de São Paulo, explica que "seu contato intermitente, a inflamação dos alvéolos se torna crônica e os pulmões perdem sua plena movimentação". Pior ainda é a combinação do ar-condicionado com a fumaça dos cigarros: na opinião dos médicos que estudam as chamadas doenças de escritório, essa é a mais séria forma de poluição interna.

 

Tapa nos glóbulos

A substância THC (tetrahidrocanabinol), contida na maconha, afeta o sistema imunológico dos fumantes, fazendo com que estes adoeçam com mais frequência.

Esta demonstrado que pessoas que fumam maconha adoecem com maior freqüência. Suspeitava-se que isso acontece porque a maconha afetaria o sistema imunológico. Agora, os cientistas americanos parecem ter encontrado um indicio que essa hipótese está correta: a substancia ativa da maconha, chamada tetrahidrocanabinol (THC), altera o processo de maturação dos glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo. Na presença do THC, os glóbulos brancos em formação passam a sintetizar certas proteínas que não lhe são características. Os cientistas supõem que essa síntese enfraquece os glóbulos, deixando-os sem condições de cumprir plenamente sua tarefa.

 

A mente em forma

De acordo com pesquisas, da Universidade da Califórnia, EUA, as pessoas que fazem ginástica frequentemente são emocionalmente mais firmes; a ginástica ajuda a atividade mental e retarda o envelhecimento do sistema nervoso central.

Jovens que fazem ginástica regularmente sofrem menos com final de um romance - esta é a conclusão de uma recente pesquisa sobre os efeitos do exercício físico sobre o estado emocional das pessoas. Psicólogos da universidade da Califórnia, nos EUA, observaram durante oito meses 200 adolescentes. As garotas que praticavam pouco exercício, ao passar por situações estessantes como o fim de um namoro, ficavam muito mais doentes e apresentavam sintomas de desconforto com maior freqüência do que as colegas que faziam ginástica regularmente. Os cientistas concluíram que os exercícios diminuem as alterações no sistema cardiovascular, comuns em pessoas nervosas ou deprimidas, porque elas tiram o problema na cabeça, pelo menos enquanto se movimentam . Outro trabalho, dessa vez com pessoas mais velhas, sugere que a ginástica ajuda a atividade mental. Teste de memória e raciocínio lógico, o com dois grupos formados por homens e mulheres entre 55 e 89 anos, mostraram que o grupo dos que praticam ginástica no mínimo 75 minutos por semana se saiu bem melhor do que aqueles que só fazem alguns minutos de ginástica semanalmente. A ginástica, acreditam os cientistas, além da sensação de bem-estar que proporciona, retarda o envelhecimento do sistema nervoso central.

 

A luz da matéria

A teoria dos quanta (mecânica quântica) pode ter muito mais a ver com a realidade do que imaginamos; recentemente, experiências realizadas na França, EUA e URSS confirmaram que tanto a luz quanto a matéria se comportam ora como onda, ora como partículas.

O exótico mundo proposto pela Mecânica Quântica talvez tenha mais a ver com a realidade do que se podia supor – ainda que essa realidade não esteja ao alcance da vivência humana de todos os dias. Segundo a teoria dos quanta, tanto a luz quanto a matéria se comportam ora como ondas ora como partículas. Tal semelhança de conduta entre a luz e matéria, que contraria as leis da Física clássica, foi observada em três recentes experiências separadas, uma nos Estados Unidos, outra na França, outra na União Soviética. Em cada uma delas, feixes de átomos foram refletidos pela luz de forma muito parecida como normalmente um cristal ou um espelho refletem a luz. Ou seja, de laboratório, a matéria apresentou movimentos ondulatórios, como a luz. Os desdobramentos dessas pesquisas não devem tardar.

 

Das pirâmides ao lixo atômico

O químico americano Joseph Dawidovits afirma ter criado um cimento tão resistente quanto o material utilizado para a construção das pirâmides que poderia solucionar o problema de como guardar o lixo atômico das usinas nucleares.

Há 4500 anos terminava em Gizé, no Egito, a construção da Grande pirâmide e que abrigaria o corpo mumificado em do faraó Quéops. Os blocos maciços dessa e das outras pirâmides permanece um unidos até hoje, provavelmente graças a um material cuja receita se perdeu com o tempo. Agora, o químico americano Joseph Dawidovits disse ter criado um tipo de cimento que ele chama de geopolímero e com cara ao material usado pelos antigos egípcios. Se o novo cimento durar como as pirâmides, poderá resolver uma dor de cabeça dos tempos modernos - como guardar o lixo das usinas nucleares, a que permanece radiativo por milhares de anos.

 

Um gole de humor

Cientistas suecos descobriram que a cafeína age diretamente em células ligadas ao estado de ânimo da pessoa, deixando-a bem-humorada.

Quando o astral está em baixa, nada melhor do que um cafezinho. Já se sabia que a cafeína contida no café e, em menor quantidade, no chá preto é um estimulante capaz de afastar o sono com o cansaço. Agora, cientistas suecos que pesquisam o efeito da cafeína no cérebro e descobriram que a substância age diretamente em células ligadas ao estado de ânimo das pessoas. Quando se fica aborrecido, certas substâncias neurotransmissoras se encaixam nos receptores das tais células do humor. Estas ficam então bloqueadas, impedidas de agir.

Como a molécula de cafeína têm a mesma forma das moléculas desses neurotransmissores, ela também se encaixa nas células cerebrais, mas sem pedir que funcionem, ou seja, deixando a pessoa bem-humorada. Os cientistas desconfiam que, inconscientemente, as pessoas já recorrem ao café como quem ingere uma dose de bom humor: basta ver que quando o astral cai, sobe o consumo da bebida.

 

Receita contra a ansiedade matemática

Tenta explicar por que a matemática tem sido uma das áreas do conhecimento menos procurada pelos estudantes.

Por que estudantes sagazes, brilhantes e inteligentes evitam a Matemática? Ela é a chave para o sucesso científico, tecnológico, industrial e comercial, mas são poucos os que a ela se dedicam com prazer. O relatório da Sociedade Americana de Matemática registra que o último ano acadêmico apresentou, nos Estados Unidos, o menor número de doutoramentos na área nos últimos quinze anos. O presidente do Comitê da Sociedade, Edward A. Cônnor, declarou, preocupado, que isso representa uma ameaça para a segurança nacional e para a competitividade econômica do país, no cenário internacional.

Um artigo recente do The New York Times, sob o título "Curando a ansiedade matemática", registrou as preocupações da chefe de orientação curricular da Universidade de Wesleyan, Sheila Tobiss. Desde 1970, ela se preocupa com os sintomas de ansiedade matemática dos jovens estudantes e, em 1975, decidiu abrir no campus uma Clínica para Ansiedade Matemática. Colocou símbolos matemáticos por toda parte e perguntou aos consulentes: "Eles parecem ameaçadores a vocês?"

Como parte do tratamento, encorajou-os a falar de suas experiências nessa área. Percebeu que muitos se saíam bem com a Matemática na escola elementar, até tropeçarem em algum problema - a Geometria, por exemplo - que não conseguiam entender. Sem ajuda eficiente, passaram a sentir-se estúpidos - e desistiram. Essa experiência - digamos, clínica - transformou-se em dois livros. Sheila Tobiss quer ter a certeza de que especialistas em História ou Literatura, por exemplo, não sairão da escola sem saber nada de Matemática.

Estimulados por aquele artigo, fo-mos entrevistar alguns estudantes que ingressaram em nossas universidades este ano no campo das Humanidades. E percebemos que entre eles não é raro o desejo de nunca mais enfrentar um curso de Matemática. Persiste o mito de que ela trata de um assunto esotérico, necessário somente aos gênios científicos. Parece enfadonha e, freqüentemente, os professores a fazem assim. Eles dão aos estudantes poucas oportunidades para debater a Matemática; ao contrário, quase sempre insistem em respostas corretas e exatas, reforçam a necessidade de memorização de regras, cobram rapidez.

Falar, pensar e sobretudo escrever sobre Matemática é raro na escola, embora seja uma constante entre os profissionais. Quando discutem seu trabalho durante o jantar, eles costumam cobrir a toalha da mesa com cálculos e raciocínios. Isso quase sempre prejudica a paz conjugal, mas com certeza ajuda a dissipar a aparente ari-dez do campo em que trabalham. Os estudantes imaginam que é preciso decorar para saber; os especialistas, ao contrário, preferem trabalhar as idéias, mesmo quando esqueceram a fórmula. É verdade que, para trabalhar as idéias, seria necessário desfrutar de um grau de liberdade que não existe na escola. Os livros, em geral, são roteiros de instruções que não fixam a atenção dos estudantes, impedindo-os de estabelecer aquilo que os psicólo-gos chamam reforço espiral: insistir num mesmo ponto, aumentando, gradativamente, o nível de compreensão. Isso se deve ao fato de que, na maioria das vezes, os assuntos são apresentados ao contrário do que sucedeu no processo de criação.

Ou seja: uma vez completados os teoremas e suas demonstrações, toda apresentação simbólica e verbal é rearranjada e polida segundo os cânones do método dedutivo. Isso dificulta a compreensão, pois elimina o proces-so de descoberta e não documenta o traço mais humano da produção. Muitas vezes sonega até mesmo a informação de que o produto final apresentado é o resultado de séculos de pensamentos, erros e acertos de centenas de pessoas brilhantes.

Talvez seja um consolo saber que alguns dos erros que você cometeu durante sua vida escolar podem ter sido problemas que a humanidade levou séculos para vencer. Matemáticos não são as pessoas mais inteligentes, necessariamente. São apenas aquelas que se conhecem bem e sabem quando devem folhear um livro e quando devem deter-se longa e atentamente sobre um parágrafo. Não se julgam tão severamente quando não encontram a resposta certa. São pacientes, tenazes e raramente muito rápidas.

 

Herança de Hiroshima

Cientistas americanos e japoneses, estudando as consequências da explosão atômica em Hiroshima, constataram que os efeitos dos raios gama, liberados pela fissão nuclear, são mais nefastos para o homem do que se acreditava.

Passados 43 anos da explosão atômica que arrasou Hiroshima, no Japão, suas conseqüências continuam sendo motivo de estudos para os cientistas. Pesquisadores americanos e japoneses acabam de verificar que os efeitos dos raios gama - liberados pela fissão nuclear - são ainda mais nefastos para o homem do que se acreditava, especialmente como agentes cancerígenos. Os cientistas esperam que o resultado do estudo torne mais severas as normas de proteção em locais como clínicas radiológicas, sem falar nas usinas nucleares. Antecipando-se, o governo britânico jádeterminou uma redução de 70% nos níveis oficialmente toleráveis de radiação nas instalações que produzem raios gama.

 

Antimatéria no tanque

A antimatéria poderá ser o combustível do futuro; a Força Aérea americana está acompanhando atentamente as pesquisas no setor, pois pretende aproveitá-la em foguetes espaciais.

Um ônibus espacial do tamanho da Challenger poderia ser colocado em órbita apenas com a energia liberada por 35 miligramas de antimatéria - massa cuja força explosiva é cem vezes máior que a do urânio com o qual se preparam as bombas atômcas. A economia de combustível e de volume seria fantástica: basta lem brar que a Challenger levava em seus enormes tanques 2 mil toneladas de hidrogênio líquido. Por enquanto, um foguete movido a anti-matéria é uma idéia mais próxima da ficção do que da vida real. Em todo caso, a Força Aérea americana resolveu apostar nesse tipo de combustível e passou a acompanhar atentamente as pesquisas no setor.

Com seus avançadíssimos equipamentos, o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN), em Genebra, na Suíça, por exemplo, está tentando produzir átomos de anti-hidrogênio a partir de antiprótons e pósitrons confinados em campos magnéticos. Essas subpartículas seriam uma espécie de imagem espelhada de prótons e elétrons, componentes básicos dos átomos que formam a matéria. A colisão de uma partícula daquela antimatéria com uma de matéria liberaria uma descomunal quantidade de energia - que seria bem aproveitada em foguetes espaciais.

 

Urânio no fumo

Os cigarros brasileiros contêm duas vezes mais urânio que os fabricados no exterior. Esse elemento radioativo absorvido pelo organismo do fumante tende a causar câncer.

É sabido que o cigarro contém partículas radioativas que seriam as responsáveis pelas doenças, como certos tipos de câncer, de que os fumantes tendem a ser vítimas. Diante disso, os fumantes brasileiros podem estar correndo riscos maiores do que os viciados de outros países. De fato, resultados preliminares de uma pesquisa original sugerem que pelo menos algumas marcas de cigarros vel1didas no Brasil contêm duas vezes mais o elemento radioativo urânio do que marcas vendidas no exterior. O motivo estaria nos solos do norte de Minas e sul da Bahia, ricos em urânio e tório, que abrigam extensas plantações de fumo. Quem levanta a hipótese é o próprio autor da pesquisa, o físico nuclear Joãó Arruda Neto, da Universidade de São Paulo. Há quatro meses ele começou a medir a concentração de urânio, um emissor de partículas radioativas alfa, no fumo. Parte desse urânio e seus descendentes são absorvidos pelo organismo do fumante. "Estudos já demonstraram que a radiação alfa provoca o câncer", diz Arruda Neto, ele próprio fumante de cachimbo. "Falta saber se o cigarro brasileiro é ou não mais cancerígeno que o estrangeiro." A pesquisa abrange cerca de vinte marcas, cujas amostras serão submetidas à detecção de urânio, segundo uma técnica inédita: a microanálise nuclear com elétrons. Num acelerador de partículas, os elétrons bombardeiam as amostras; ao encontrar urânio, quebram-no em dois pedaços, permitindo assim medir a concentração da substância nos cigarros.

 

Supercondutor de tálio avança

Pesquisadores americanos descobriram um novo material supercondutor: o tálio.

Descoberto há poucos meses, o primeiro material supercondutor que não é uma cerâmica talvez também venha a ser o primeiro a ter utilidade industrial. O supercondutor à base de tálio, capaz de conduzir eletricidade sem perdas até à temperatura comparativamente alta de menos 148 graus centígrados, acaba de sair-se bem de um importante teste. Pesquisadores americanos conseguiram produzir com ele películas de espessura inferior a 1 milésimo de milímetro, o que, pelo menos em tese, possibilitaria seu emprego em microeletrônica, na fabricação de chips. Os filmes conduziram uma corrente de 110 mil ampêres por centímetro quadrado a 1% graus negativos. Além disso, revelaram-se menos propensos que os já clássicos supercondutores de ítrio-bário-cobre a perder suas propriedades em campos magnéticos. A única pedra no caminho do novo material é o fato de ser o tálio uma substância altamente tóxica, tanto que serve para matar ratos.

 

Poluição natural

A floresta amazônica pode estar contribuindo para o efeito estufa, pois ela é responsável pela maior liberação na atmosfera de gases orgânicos.

Quem diria: a Floresta Amazônica, chamada de pulmão do mundo, pode estar contribuindo para o efeito estufa - o aprisionamento do calor na atmosfera provocado pelo acúmulo de gases naturais ou resultantes da poluição industrial. O estudo é de oitenta cientistas que trabalharam durante dois meses numa pesquisa brasileiro-americana. Eles concl uíram que a floresta é responsável pela maior liberação na atmosfera de gases orgânicos, como o metano, além de óxido nitroso, absorvidos em parte pelas próprias plantas. O enorme volume de chuva que cai sobre a floresta também tem sua parte na história, pelo calor que gera. Este acaba transportado para regiôes mais frias pelas correntes atmosféricas.

Quando ocorrem queimadas, enfim, a concentração de monóxido de carbono atinge níveis alarmantes em áreas de centenas de quilômetros. Ao efeito estufa de origem industrial, por outro lado, atribui-se o fato de os cinco primeiros meses do ano terem sido os mais quentes desde 1858, segundo dados de 2 mil estações de medições climáticas espalhadas pelo mundo. Apesar dos indícios, muitos meteorologistas acham que ainda é cedo para ligar uma coisa à outra. Como diz o brasileiro Luiz Carlos Molion, "o aquecimento pode ser apenas circunstancial".

 

Borracha elétrica

De acordo com pesquisas, a borracha natural pode tornar-se condutora de eletricidade quando impregnada com iodo.

Borracha - quem diria - pode conduzir eletricidade. Segundo pesquisadores dos laboratórios da A T &T Bell, nos Estados Unidos, a borracha natural, cuidadosamente impregnada com iodo, torna-se condutora. Num experimento surpreendentemente simples, uma fina película de borracha foi colocada numa câmara de vácuo em contato com vapor de iodo. A borracha assim tratada passou de isolante a condutora. A condutividade obtida é sete vezes menor que a do cobre. É muito cedo para se prever alguma aplicação da descoberta. No entanto, raciocinam os pesquisadores, como o material é tão barato e fácil de obter, é possível que por isso surja alguma_utilidade.

 

Descoberta de péssimo gosto

Químicos americanos descobrem uma substância à base de sacarina e benzoato de denatônio que é considerada péssima em testes de degustação, devido a seu sabor amargo.

Qual o pior sabor do mundo? Segundo químicos americanos, é o de uma substância recém-descoberta, cujo amargor pode ser percebido mesmo quando apenas uma gota do líquido é diluída em 1 milhão de gotas de água - algo como 25 mil colherzinhas. A nova substância resultou da mistura de sacarina com benzoato de denatônio, um derivado do ácido benzóico usado como conservante de alimentos, que até então era considerado o horror dos horrores em testes de degustação. Inexplicavelmente, o adoçante acentua o sabor amargo do benzoato de denatônio, tornando-o cinco vezes mais intenso. Os cientistas só não sabem ainda o que fazer com sua descoberta de mau gosto: talvez possa ser utilizada para repelir animais saqueadores, como lobos e cães selvagens.

 

Sol à vista

Efeitos que a luz do Sol provoca nos olhos.

A pele parece não ser a única vítima da exposição excessiva aos raios solares. Os olhos também pagam um preço alto, sugerem cientistas americanos depois de uma pesquisa com trezentas pessoas. Entre elas. as vítimas de catarata parecem ter ficado mais expostas à luz solar do que as demais. A catarata é a doença em que o cristalino, a lente natural que foca a imagem no olho, torna-se opaco. A partir daquela constatação, os cientistas resolveram examinar os que se diziam sadios mas também costumavam tomar bastante sol. Verificaram que um em cada dez estava com a doença.

Segundo o oftalmologista Alfredo Tranjan Neto, especialista no implante de lentes artificiais que devolvem a visão a pacientes com cataratas, tem lógica o fato de alguns não suspeitarem estar com a moléstia - muitas vezes, ao enxergar embaçado, a pessoa acha que precisa apenas trocar os óculos. Tranjan julga, porém, que o trabalho americano "é apenas uma estatística, porque por enquanto não se provou que os raios solares alteram a composição química do cristalino".

 

Açúcar para evitar cáries

O xilitol, um tipo de açúcar encontrado na madeira e em algumas frutas pode ajudar a prevenir o aparecimento de cáries.

Pesquisa realizada na Finlândia com crianças de 11 e 12 anos mostrou que o xilitol, um tipo de açúcar extraído da madeira, mas encontrado também em ameixas, framboesas e morangos, pode ajudar a prevenir o aparecimento de cáries. As crianças que participaram da pesquisa foram divididas em dois grupos, um dos quais mascou chicletes de xilitol diariamente durante dois anos. Observou-se depois que as crianças que, mascaram esses chicletes tinham 80 por cento a menos de cáries do que as outras. A experiência foi animadora.

Decorridos mais três anos, mesmo longe dos chicletes, elas ainda tinham 51 por cento menos cáries. Segundo o bioquímico Carlos Eduardo Pinheiro, da Faculdade de Odontologia da USP em Bauru, "além de não fermentar, o xilitol modifica a atividade bacteriana da placa dentária, impedindo o aparecimento da cárie". Ainda assim, os dentistas advertem: mais de 6 gramas diários podem provocar diarréia. Como a quantidade de xilitol nos chicletes é mínima, isso eqüivaleria ao consumo de 400 unidades por dia.

 

Preguiça leva ao infarto

Exercícios físicos podem diminuir os casos de morte por doenças do coração.

A eficácia de exercícios físicos no controle de doenças do coração sempre foi questionada por certos setores da Medicina, que os viam apenas como um fator secundário para a prevenção de ataques cardíacos. Agora, um estudo recém-publicado na revista especializada New England Journal of Medicine coloca os exercícios físicos como um fator essencial no combate às doenças. A pesquisa, que estudou 3 106 homens adultos, nos Estados Unidos, considera a inatividade um alto fator de risco para o aparecimento das doenças do miocárdio. Segundo os autores do estudo, os riscos de morte por infarto são três vezes maiores para as pessoas que apreciam uma vida sedentária.

 

Fórmula melhor de vitamina A

Cientistas americanos criaram fórmulas de vitamina A solúveis em água. A diferença entre esta e a vitamina tradicional é permitir que seus excessos tóxicos sejam eliminados na urina.

A partir da sua combinação cora derivados da glicose, fórmulas de vitamina A solúveis em água foram criadas por cientistas americanos. A grande vantagem sobre a vitamina tradicional é permitir que seus excessos tóxicos sejam eliminados na urina, em vez de se acumular na gordura. Pesquisas com ratos mostraram que, na modalidade hidrossolúvel, a vitamina causa os mesmos benefícios que na versão solúvel em gordura, como a substância é encontrada na natureza.

Uma das novas fórmulas talvez substitua o ácido retinóico - um derivado da vitamina A famoso por sua ação antiacne e rejuvenescedora, mas que não pode ser usado por gestantes. O bioquímico Bronislaw Polafiewicz, da Universidade de São Paulo, supõe que as novas preparações de vitamina A também ajam com maior rapidez, atravessando mais facilmente as barreiras celulares. "Até agora", lembra o pesquisador, "as injeções têm de ser intramusculares, de forma que os músculos liberem a substância aos poucos; já a vitamina A hidrossolúvel poderá ser injetada diretamente na corrente sangüínea."

 

O efeito estufa aquece e esfria

Pesquisa australiana revela que o efeito estufa pode esquentar ou esfriar, dependendo da camada da atmosfera onde se manifesta.

O efeito estufa - a concentração de poluentes no ar que aprisiona o calor - age de maneira diferente dependendo da camada da atmosfera: aquece efetivamente a mais baixa (troposfera), porém mantém fria a camada superior (estratosfera). Essa dupla ação foi confirmada numa pesquisa australiana que analisou as medições feitas por 147 balões entre 1964 e 1985. Em 21 por cento dos casos verificou-se uma divergência significativa entre as temperaturas das diferentes camadas de ar. Para o químico Antônio Horácio Miguel, da Universidade de São Paulo, "quando se pesquisa um longo período se percebe que a troposfera se aquece e resfria em épocas diferentes - mas não sabemos com certeza em que época estamos".

 

Hidrogênio em forma de metal

Físicos do Instituto de Carnegie, em Washington, conseguiram metalizar o hidrogênio, durante uma fração de tempo não revelada.

Na década de 30 consagrou-se a teoria de que, sob pressão, moléculas de qualquer substância se dissociam, transformando-se assim em metais. Mas haja pressão para obter esse resultado. Daí por que jamais foi possível obter um hidrogênio metálico estável, cujas características únicas o qualificariam para variadas aplicações. Há pouco, físicos do Instituto Carnegie, de Washington, aparentemente deram um passo importante nessa direção ao comprimir uma amostra a pressões 2,5 milhões de vezes superiores à da atmosfera.

Com isso conseguiram metalizar o gás durante uma fração de tempo não revelada. "O mais importante", acredita Ênio Peres, do Laboratório de Hidrogênio da Universidade de Campinas (Unicamp), "é que o hidrogênio metálico pode ser um supercondutor a altas temperaturas, além de uma forma compacta de armazenar energia." Pesquisadores da Universidade da Califórnia concordam. Eles calculam que isso possa ocorrer a 27 graus centígrados, muito acima de qualquer outro material supercondutor.

 

A chave química do apetite

Cientistas descobrem que hormônio secretado pelo aparelho digestivo inibe o apetite.

Um gourmet talvez duvide, mas pesquisadores americanos afirmam que o segredo da falta de apetite está no CCK — um hormônio secretado pelas glândulas do aparelho digestivo. Descoberto em 1927. o hormônio parecia apenas estimular a fabricação da bílis e de enzimas durante a digestão.

Mas, injetado no cérebro de cobaias, mostrou que também inibe o apetite, funcionando como um sinal químico da digestão em pleno curso para levar o cérebro à sensação de saciedade. Os cientistas já partiram para a síntese do hormônio CCK e de substâncias capazes de bloqueá-lo. Se os testes de laboratório forem positivos, no futuro surgirão dois novos remédios — um, capaz de despertar uma fome de leão; e outro, capaz de aplacar um insaciável apetite. Uma boa notícia para magros e gordos.

 

Pontos de prata matam bactérias

Uma sutura de prata pode acabar com as infecções mais comuns após as cirurgias.

Uma sutura de prata pode dar um ponto final em boa parte das infecções mais comuns após as cirurgias. Químicos americanos desenvolveram uma combinação de linha de náilon com prata, metal cujas propriedades bactericidas são famosas desde a Antiguidade. Para reforçar esta característica, os cientistas fazem passar pelo fio microondas elétricas, que ajudam a destruir as bactérias mais resistentes. Os cirurgiões, ao menos, parecem entusiasmados, pois até então a linha impregnada de antibiótico, era o que havia de mais moderno no combate às infecções do pós-operatório.

 

Um doce sabor de mistério

Segundo alguns químicos, o que torna doce uma substância é o formato da molécula, que permitiria um encaixe perfeito em receptores especializados do paladar.

Desde que o açúcar de cana começou a ser extraído na índia, há mais de 2 mil anos, o homem tomou gosto pelo doce. Atualmente, o consumo global de açúcar e adoçantes movimenta 10 bilhões de dólares por ano - algo em torno de um décimo da dívida externa que o Brasil tem que amargar. Mas, por incrível que pareça, até há pouco tempo os químicos nem sequer desconfiavam o que fazia uma substância ter esse sabor que tanto agrada. Afinal, a doçura não é uma propriedade química como a acidez. O aspartame, por exemplo, é um aminoácido e, no entanto, chega a ser duzentas vezes mais doce do que o açúcar. Quando, porém, os átomos da molécula de aspartame são arrumados de outra maneira, a substância se torna amarga. Daí suspeitar-se que o que confere o adocicado é o formato da molécula, o qual permitiria um encaixe perfeito em receptores especializados do paladar. Ao menos em vários adoçantes, os químicos descobriram que o segredo é haver dois anéis de átomos formando uma letra L - o sabor se altera quando o ângulo deixa de ser reto. Mas como as moléculas de açúcar são flexíveis, fica difícil saber se seguem o mesmo modelo. Ganha um doce quem desvendar o mistério.

 

As sete pragas do ozônio

Relação dos efeitos que a destruição da camada de ozônio pode ter sobre a superfície terrestre.

É sabido há alguns anos que a camada de ozônio que protege a Terra da radiação solar ultravioleta (UV) está ameaçada. Mas só há pouco as Nações Unidas divulgaram uma lista consolidada dos possíveis efeitos do estrago no escudo do planeta:

1. Aumento de enfermidades: 1 por cento a menos na camada de ozônio pode significar 100 mil novos casos a mais de catarata e 10 mil de câncer de pele;

2. Aceleração do efeito estufa: os raios ultravioleta afetam o plâncton marinho, responsável pela absorção de parte do dióxido de carbono; livre, o gás sobe para aprisionar o calor;

3. Quebra na cadeia alimentar: o plâncton alimenta crustáceos e moluscos de que se nutrem os peixes;

4. Empobrecimento das plantações: as bactérias que absorvem o nitrogênio do solo são sensíveis ao U V; para compensar, as plantas retiram mais nutrientes do solo, o que exigirá o uso de mais fertilizantes;

5. Desequilíbrio do sistema imunológico: a exposição prolongada à radiação enfraquece o organismo; aumentam os riscos de doenças infecciosas e as vacinas perdem eficiência;

6. Aumento da poluição: a radiação adicional estimula a concentração de poluentes na baixa atmosfera;

7. Degradação de materiais: plásticos, borrachas, madeiras, têxteis e tintas duram menos.

 

Mar aquecido aquece Terra

Cientistas pesquisam a participação dos oceanos no processo de aquecimento da Terra conhecido como efeito estufa.

Os cientistas que estudam o efeito estufa - o aquecimento da Terra provocado entre outras coisas pelo excesso de dióxido de carbono na atmosfera - querem saber com exatidão como os oceanos participam do processo. "A água pode estar contribuindo para piorar o efeito estufa", admite o climatologista Carlos Nobre, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE). "À medida que a temperatura aumenta, também aumenta a evaporação e isso retém ainda mais o calor na atmosfera." Para tirar a questão a limpo, Estados Unidos e Austrália pretendem montar uma rede de receptores acústicos capazes de medir a temperatura dos oceanos, valendo-se da propriedade que tem o som de se propagar mais rapidamente na água.

Estima-se que no próximo meio século, caso a temperatura global aumente de 3 a 5 graus, os oceanos se elevem cerca de 30 centímetros e não 1 metro, como se previa há dois anos - o que pode fazer toda a diferença para as cidades à beira-mar. Mas em países como a Indonésia, as águas sobem de 1 a 2 centímetros por ano e penetram 15 quilômetros terra adentro. Pode ser já uma das conseqüências do aumento do calor: pelos últimos cálculos, a temperatura média no mundo subiu no mínimo 0,5 grau desde 1901. E seis anos da década de 80 foram os mais quentes deste século.

 

Bactéria suporta calor infernal

Arqueobactérias, microorganismos capazes de se adaptar a meios hostis, são os organismos que sobrevivem às temperaturas mais quentes.

Elas conseguem sobreviver em ambientes escaldantes como a água em ebulição, salgados como o Mar Morto, ácidos como os sucos gástricos. São as arqueobactérias, microorganismos capazes de se adaptar a meios hostis e que constituem uma família genética à parte das demais bactérias, como se descobriu há treze anos. Ao estudar as arqueobactérias dos vulcões da Itália, que suportam até 110 graus - a maior temperatura em que um ser vivo sobrevive -, pesquisadores alemães descobriram que, além de passarem bem em tal inferno, os microorganismos ainda se reproduzem com mais entusiasmo quando a temperatura ultrapassa 98 graus.

Suspeita-se que tamanha resistência tem a ver com a presença de proteínas em torno dos genes, que em tubos de ensaio fazem qualquer célula suportar 30 graus além do habitual. Também pode ser importante a forma como os genes se dispõem, formando cromossomos que se enroscam várias vezes em estruturas entrelaçadas. Segundo a bióloga Deborah Norwick, da Universidade de São Paulo, "quando o mistério for desvendado, a Engenharia Genética poderá ter uma nova receita para criar espécies mais fortes".

 

Teflon contraria regra da Física

Novos materiais apresentam a singularidade de se tornarem mais largos quando esticados. Essa propriedade ajudará na construção de ossos artificiais, coletes à prova de balas e absorvedores de choque e de som.

Ao se esticar massa de bolo na cozinha, é fácil ver como tudo que é repuxado nas pontas acaba ficando com um volume menor no meio, ou seja, fica mais fino. Essa regra geral também poderá ter sua exceção, graças às pesquisas do químico Ken Evans, da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, com novos materiais, que ficam mais largos, e não mais finos, quando repuxados. Essa é uma propriedade rara, que Evans só foi descobrir em produtos como o teflon, usado na fabricação de uma fita vedante que impede a passagem da água, mas não do vapor. Ao microscópio eletrônico, ele descobriu partículas em forma de discos, conectadas por fios. Quando comprimidas, as partículas se mantêm achatadas e próximas, mas à medida que as pontas são repuxadas os discos se separam e ficam na transversal, aumentando o volume do material. A novidade será bem-vinda na criação de ossos artificiais, coletes à prova de balas, absorvedores de choque e de som.

 

Sob o comando da vitamina A

Pesquisadores descobriram que a vitamina comanda a edificação do organismo, desde o microscóspico ovo fecundado até um ser completo.

A vitamina A pode ser a peça-chave na maior metamorfose de que se tem notícia no Universo conhecido: a transformação de um microscópico ovo fecundado em um ser completo. Nas primeiras horas de vida, o embrião é apenas um punhado de células totipotentes, ou seja, que podem se transformar em qualquer órgão. Mas, em seguida, começa a diferenciação: segundo uma importante experiência americana, as moléculas do ácido retinóico, derivado da vitamina A, ativam os genes que esculpem as células para formar os diversos órgãos. A quantidade de ácido retinóico que a célula absorve e o tempo de absorção, descobriram os pesquisadores, parecem determinar o seu destino - o órgão que irá constituir. Assim, feito um mestre-de-obras, a vitamina vai comandando a edificação do organismo: primeiro, participa da montagem da coluna vertebral e do cérebro; depois, da face; finalmente, lapida as células que formarão o sistema circulatório e as cartilagens.

 

Mau tempo providencial

A descoberta da radioatividade pelo físico, ao deixar o material de pesquisa dentro de uma gaveta por dias.

No dia 1º de março de 1895, o físico francês Henri Becquerel (1852-1908) foi premiado pelo acaso durante uma experiência. Ele cobriu uma chapa fotográfica com duas folhas de papel negro e espalhou sal de urânio, uma substância fosforescente, por cima. Em seguida, expôs tudo ao sol por várias horas. Quando revelou a chapa, a silhueta do sal provou que o material emite radiação, a qual, exposta à luz, penetra no papel opaco. Ao tentar repetir a experiência, uma semana depois, o tempo em Paris fechou. Assim, ele guardou tudo em uma gaveta escura, à espera de dias melhores. "Como o sol não apareceu, revelei a chapa, esperando encontrar uma imagem bem ruim", contou o cientista. "Aconteceu o oposto: a silhueta, nítida, mostrava que o urânio emite raios que atravessam o papel, tenha ou não este sido exposto previamente à luz solar." Estava descoberta a radioatividade.

 

Para devorar o ozônio devagar

Cientistas americanos e israelenses sugeriram uma nova versão do CFC, conhecida como CFC 123, que permaneceria apenas dezoito meses na atmosfera, contra os sessenta anos do normal.

Embora o mundo inteiro esteja empenhado em banir o uso do clorofluorcarbono, o nefasto CFC que destrói a camada de ozônio da Terra, na prática essa determinação topa com um grande obstáculo: a falta de um substituto para o gás, usado em aerossóis, aparelhos de refrigeração e na fabricação de plásticos. Há poucos meses, cientistas americanos e israelenses sugeriram que a saída pode estar numa variação da fórmula do CFC. Conhecida como CFC 123, a nova versão permaneceria apenas dezoito meses na atmosfera, diferente dos outros clorofluorcarbonos, capazes de ficar mais de sessenta anos mastigando o ozônio que protege o planeta da radiação solar.

O CFC 123 também destrói a camada protetora da Terra, mas numa velocidade muito menor. "Ao menos por enquanto, é o melhor paliativo para o problema", avalia o físico Volker Kirschhoff, do lnstituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). O ideal, de todo modo, seria acabar com todas as emissões de CFC no início do próximo século. Mesmo assim, calculam os cientistas, só lá pelo ano 2100 deixaria de se abrir todo ano um buraco no escudo de ozônio sobre a Antártida.

 

Razões de risco além do sol

Recente estudo americano revela mais seis fatores de risco de melanoma, a mais grave forma de câncer de pele.

Já se sabe que o excesso de exposição ao sol é o maior inimigo da pele. Um novo estudo americano com mais de 6 000 pessoas revela, porém, a existência de seis outros fatores de risco de melanoma, a mais grave forma de câncer de pele. Seriam:

1. cabelos loiros ou ruivos

2. muitas sardas grandes nos ombros

3. manchas vermelho-escuras na pele

4. após banhos de sol

5. parentes que tenham tido melanoma

6. três ou mais queimaduras solares graves na adolescência

7. três anos ou mais de trabalho ao ar livre

Um ou dois desses fatores triplicam ou quadriplicam as chances de desenvolver melanoma; a combinação de três ou mais fatores multiplica por 25 vezes tal possibilidade. No entanto, o dermatologista paulista Rubens Sérgio Góes faz uma importante ressalva: "Há casos de pacientes que, sem nenhum desses fatores, tiveram melanoma porque estavam estressados. Ao enfraquecer o sistema imunológico, que destrói as células cancerosas, o estresse põe em pé de igualdade ruivos e morenos, loiros e mulatos".

 

Por trás da arte das cavernas

Cientistas franceses concluíram que os pintores primitivos preparavam as tintas com misturas complexas de diversos minerais diluídos para desenhar e pintar nas cavernas.

Para desenhar nas cavernas, o homem da pré-história tinha uma palheta de apenas duas cores: preto e vermelho. Sempre se acreditou que ele obtinha as tintas misturando água ou com óxido de ferro, para o vermelho, ou com óxido de magnésio, para o preto. Mas um novo estudo mostra que os artistas das cavernas eram mais requintados. Depois de examinarem com microscópio eletrônico fragmentos de 1/10 de milímetro de desenhos feitos há cerca de 12000 anos, cientistas franceses concluíram que aqueles autênticos pintores primitivos preparavam as tintas com misturas complexas de diversos minerais diluídos, não em água, mas em outro solvente ainda não identificado. A surpresa maior, porém, foi descobrir traços de carvão sob a camada de tinta, sinal de que os artistas de então já faziam esboços de suas obras.

 

Frango ao raio gama

Pela primeira vez, um alimento conservado por radiação gama foi liberado para consumo nos EUA. Os americanos querem prolongar a "vida útil" de frangos nos supermercados, usando a radiação a fim de diminuir os riscos de deterioração.

Pela primeira vez, um alimento conservado por radiação gama - método malvisto por alguns médicos e ecologistas - foi liberado para consumo nos Estados Unidos. Os americanos querem prolongar a "vida útil" de frangos nos supermercados, usando a radiação a fim de diminuir os riscos de deterioração. Os alimentos bombardeados por raios gama sofrem mudanças químicas que alteram os processos normais de crescimento de células vivas e acabam com as bactérias. "Não há problema", tranqüiliza a especialista Raquel Domarco, do Centro de Energia Nuclear da Agricultura (Cena), de Piracicaba, São Paulo. "Mas, para que a radiação não deixe gosto ruim, o frango precisa ser congelado depois." O Cena é o único estabelecimento brasileiro onde se irradiam alimentos, porém só em escala experimental. Em vários países, o processo, por sinal bastante caro, é usado para a conservação de carnes, cereais e frutas sem que se tenha constatado contaminação radioativa. A controvérsia, no entanto, persiste.

 

Vitamina C detém radicais

Pesquisadores da American Society for Clinical Nutrition, de Washington, suspeitam que a vitamina C previne a hipertensão.

É sabido que a vitamina C ajuda a prevenir resfriados. Talvez previna também algo mais sério - a hipertensão. Ao menos é o que suspeitam pesquisadores da American Society for Clinical Nutrition, de Washington, depois de examinar 308 pessoas de 20 a 69 anos. Os cientistas notaram que a pressão arterial dos pacientes com níveis mais elevados de vitamina C no sangue era mais baixa que a dos outros. Isso teria a ver com o fato de que a vitamina bloqueia os radicais livres, moléculas produzidas quando as células queimam oxigênio. Os radicais livres impedem os vasos sanguíneos de relaxar, mantendo portanto alta a pressão. "É a primeira vez que se levanta essa hipótese da vitamina C", comenta a farmacêutica Dulcinéa Parra Abdalla, da Universidade de São Paulo, especialista em radicais livres."Isso ainda tem de ser muito bem pesquisado."

 

Surge o mais puro diamante

Engenheiros químicos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da General Electric, nos EUA, sintetizaram um cristal de diamante capaz de conduzir calor com 50% mais eficiência do que os diamantes naturais.

Engenheiros químicos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da General Electric, nos Estados Unidos, sintetizaram um cristal de diamante capaz de conduzir calor com 50% mais eficiência do que os diamantes naturais, até então os campeões nessa propriedade. Para isso, alteraram a proporção de isótopos - elementos com o mesmo número de prótons e número diferente de nêutrons - que formam o cristal. Em um diamante natural, para cada 110 átomos de carbono-12 (seis prótons e seis nêutrons) costuma haver 1 átomo de carbono-13 (seis prótons e sete nêutrons). Mesmo representando apenas 1% do total, o carbono-13 retarda a passagem da onda de calor. O que os engenheiros da GE fizeram foi criar uma tecnologia que reduziu a participação do carbono-13 a menos de 0,1%. Com tamanho índice de pureza, os novos diamantes sintéticos serão utilizados em equipamentos cujo conserto é difícil ou impossível, como cabos telefônicos de fibra ótica no fundo do mar ou a bordo de satélites no espaço.

 

Uma bactéria estressada

Bactéria quase sempre consegue sobreviver ao ataque dos macrófagos, células humanas especializadas em engolir e triturar invasores, por um motivo que só agora os cientistas descobriram: depois de ter enfrentado todos os obstáculos impostos pelo organismo humano, ela libera, quando atinge o estresse, uma substância capaz de bloquear a ação dos macrófagos.

Para as bactérias existentes nos alimentos estragados e na água poluída, o ato de infectar uma célula humana é como se fosse uma aventura de Indiana Jones: primeiro, elas se arriscam a ser destruídas por enzimas da saliva; em seguida, recebem uma chuva de ácidos no estômago; no intestino, são arrastadas pelo sangue, onde começa a perseguição dos macrofagos, células especialistas em engolir e triturar invasores. Mas a bactéria do gênero Salmonella surpreendentemente quase sempre consegue sobreviver, por um motivo que só agora os cientistas descobriram: ela libera uma substância capaz de bloquear a ação do macrófago.

Essa estratégia não havia sido percebida antes porque, de acordo com pesquisadores do Hospital Geral de Boston, nos Estados Unidos, a bactéria só produz a substância bloqueadora quando está estressada, ou seja, depois de ter enfrentado os obstáculos impostos pelo organismo humano. Se os cientistas, usando os recursos da Engenharia Genética, conseguirem criar uma Salmonella que não sinta estresse - e que, portanto, sem fabricar aquela substância, será liquidada pelos macrofagos -, poderão produzir vacinas mais eficazes contra doenças, como cólera, causadas por bactérias desse gênero.

 

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Este site foi atualizado em 04/03/19