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Bronzeamento Artificial
provoca Câncer
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Vem
chegando o verão. Os avanços da tecnologia modificaram os
itinerários de muitas mulheres: antes de irem para a Joaquina, com
manguinhas e perninhas de fora, correm para centros de estética, a
fim de pegar um bronze. As sessões de bronzeamento artificial tem lá
o seu charme: camas confortáveis, som estérico, vídeos no telão,
suco de manga no canudinho. A exposição ao raios ultravioletas,
entretanto, é muito prejudicial, sendo capaz de provocar câncer de
pele.
*matéria citada na Revista Época
(#80)
As
câmaras de bronzeamento artificial são constituídas por uma
estrutura de acrílico transparente que permite a passagem da luz
gerada por uma série de lâmpadas. Algumas câmaras possuem lâmpadas
apenas na sua parte superior, o que exige que o paciente se vire,
após cerca de 20 minutos, para o completo bronzeamento; outras
possuem lâmpadas em toda sua circunferência, tornando a mudança de
decúbito desnecessária. O uso de protetores oculares é imperativo
durante as sessões, pois existe o risco de queimadura da córnea e
até cegueira.
Os fabricantes das câmaras de bronzeamento relatam que suas lâmpadas
apenas emitem UV-A1, porém como não existe uma regulamentação rígida
que controle sua fabricação, bem como não existe fiscalização sobre
seu uso, pouco se pode dizer da credibilidade desta fonte de emissão
luminosa e sobre os riscos do desenvolvimento do câncer de pele.
Nos EUA, o bronzeamento artificial já faz parte da lista de agentes
carcinogênicos, e é contra-indicado pelos médicos.
O Bronzeamento
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A nossa pele é formada por queratinócitos (células
existentes nas camadas mais superficiais da pele, que servem
de proteção às camadas mais internas), melanócitos (células
produtoras de melanina, o pigmento responsável pela cor da
pele) e vasos sangüíneos e linfáticos, entre outros
componentes. Na epiderme, a radiação UV pode provocar
alterações nos queratinócitos e melanócitos e mudanças
funcionais nas células de Langerhans e linfócitos (células
do sistema imunológico). Até mesmo baixas doses de UVB podem
reduzir a resposta imunológica.
A epiderme exposta com freqüência ao sol torna-se espessa,
chegando a ter o dobro da espessura da pele protegida e é
desorganizada, podendo aparecer manchas claras ou escuras,
ou regiões que "descamam".
O melanócito é a célula envolvida na fotoproteção da pele,
devido à produção de melanina, que atua como um fotoprotetor
natural. Na epiderme danificada pelo sol, o número destas
células aumenta. Elas migram para níveis mais altos da
epiderme e aumentam a produção de melanina, que absorve UV,
não deixando que os raios alcancem o DNA das células.
O eritema, ou queimadura solar, é causado pela vasodilatação
dos vasos sangüíneos da derme. O eritema chamado de
imediato, que ocorre nas primeiras 6 a 12 horas de exposição
ao sol, pode ser bloqueado por anti-inflamatórios
não-esteróides. Porém, estes agentes anti-inflamatórios não
podem inibir o eritema tardio, que acontece cerca de 24
horas após exposição ao sol por mecanismos distintos do
eritema imediato.
Bronzeado é o termo aplicado ao aumento de melanina induzido
pela exposição à radiação UV. A pigmentação da pele pode ser
imediata, causada por uma foto-oxidação dos pigmentos de
melanina já existentes, e tardia, causada pelo aumento da
multiplicação dos melanócitos e pelo aumento da produção de
melanina por estas células. A pigmentação protege as células
da pele contra os danos causados em seu DNA pelos raios UV,
mas não protege contra o eritema. O bronzeado, apesar de
bonito, é um estado de alerta do corpo contra os danos
causados pela exposição excessiva ao sol, que podem provocar
o câncer |
Radiação Solar
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O sol emite uma ampla faixa de radiação eletromagnética
que inclui o infra-vermelho, a luz visível e o
ultravioleta (UV), que se divide em UVA (com
comprimentos de onda variando de 320 a 400 nm), UVB (290
a 320 nm), e UVC (10 a 290 nm). Os únicos comprimentos
de onda da radiação UV que alcançam a superfície da
Terra estão na faixa que compreende o UVA e UVB. A
radiação UVA é cerca de 1.000 vezes menos efetivo que a
radiação UVB para provocar eritema (vermelhidão de
pele). Porém, sua predominância na energia solar que
alcança a superfície da Terra (de 10 a 100 vezes mais
que UVB) faz com que a radiação UVA represente um papel
muito importante nos efeitos prejudiciais da exposição
ao sol.
A luz solar é a maior fonte de exposição à radiação UV
humana e afeta virtualmente todo o mundo. A extensão da
exposição de um indivíduo, porém, varia e depende
amplamente de uma multiplicidade de fatores como
vestimenta, ocupação, estilo de vida, envelhecimento, e
fatores geográficos como altitude e latitude. Há maior
exposição ao UV com latitude decrescente. Quem reside em
maiores altitudes está sujeito a uma exposição maior à
radiação UV de tal foram que para cada 1,000 pés acima
do nível de mar, há um aumento de 4% em exposição ao UV.
A exposição ao UV também aumenta com a diminuição da
camada de ozônio da estratosfera (camada que fica a 50
km acima da superfície terrestre). Outros fatores que
influenciam a exposição ao UV incluem calor, vento,
umidade, poluentes, presença de nuvens, neve, estação do
tempo, e hora do dia. As conseqüências desta exposição
também são influenciadas por fatores como o grau de
pigmentação da pele, ou seja, a quantidade de melanina
na pele. |
Updates Científicos:
queimaduras solares |
O mecanismo de proteção do organismo contra efeitos
nocivos das queimaduras de sol, como câncer de pele, foi
esclarecido por Laurie Hill e colaboradores da
Universidade do Texas em Houston (EUA). A exposição
da pele à radiação solar ultravioleta pode induzir danos
aos cromossomos e mutações genéticas, eventualmente
provocando câncer de pele e favorecendo o
desenvolvimento de melanoma (de alta malignidade). A
formação de queimaduras solares é um mecanismo de defesa
contra essas mutações genéticas, levando à eliminação de
células afetadas da pele no processo de descascar. Isso
ocorre por apoptose (suicídio celular). Os
pesquisadores verificaram que o processo de apoptose é
desencadeado pela proteína FasL, cuja formação é
induzida pelo dano ao DNA. A exposição à radiação
ultravioleta provocou acúmulo de mutações na epiderme
em 70% dos casos em ratos deficientes em FasL (com
apoptose muito menor), mas em apenas 5% dos casos em
ratos normais.
Science, 06/08/1999 |
CUIDADO!!! |
As lâmpadas das câmeras de bronzeamento produzem raios
UVA, que, além do escurecimento da pele, causa
envelhecemento precoce da pele e câncer de pele. -
Cape Henlopen and Nanticoke Dermatology, Inc.
Raios UVA causam envelheciemento, rugas e perda de
elasticidade da pele. -
Thomas Jefferson University Hospital
Evidências de laboratório mostram que os raios UVA das
câmeras de bronzeamento causam danos ao DNA das células
da pele. -
Harvard School of Public Health
Dois tipos de melanoma estão definitivamente associados
com raios UVA
Laboratory of Molecular Genetics, UPR42 CNRS-IFC1,
Institut de Recherches sur le Cancer BP No. 8, 94801
Villejuif Cedex, France
A Academia Americana de Dermatologia está estudando uma
maneira de proibir o uso de câmeras de bronzeamento.Richmond
Light Company
O Bronzeamento Artificial por radiação UV já faz, nos
EUA, parte da lista de agentes carcinogênicos.Health
Sciences & Technology Academy
Muitos óleos bronzeadores e pílulas de bronzeamento que
existem no mercado não aumentam de forma nenhuma a
pigmentação da pele - não passam de fraudes. Muitos são,
ainda, prejudiciais à pele.
Anti-Cancer Foundation South Australia
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Os riscos associados com bronzeamento
artificial por lâmpada de UV são, principalmente:
1.
Queimadura
2. Envelhecimento precoce da pele
3. Câncer de pele
4. Danos na retina
5. Formação de cataratas
6. Supressão do sistema imunológico
7. Danos no sistema vascular
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A Pele Humana
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A pele é o maior e mais extraordinário
órgão do corpo humano. Os
aproximadamente 1,80 metros quadrados de
pele que revestem a superfície externa do
corpo de um adulto médio, sem qualquer
ruptura nas várias aberturas do corpo,
formam uma barreira protetora dos tecidos
mais profundos contra a ação de agentes
físicos, químicos e bacterianos e constituem
aproximadamente 15% do peso total do
corpo.
Uma polegada quadrada de pele contém milhões
de células, bem como muitas terminações
nervosas cuja finalidade específica é
transmitir as sensações de calor, frio e
dor. Além disso, cada polegada quadrada
contém inúmeras glândulas sebáceas,
folículos pilosos e glândulas
sudoríparas. Há também uma intrincada
rede de vasos sangüíneos que nutrem
essa complexa estrutura.
Além de proteger nossos órgãos vitais, a
pele também atua como regulador da
temperatura do corpo. Quando o corpo
está frio, os vasos sangüíneos se contraem
diminuindo o fluxo de sangue através da
pele, reduzindo, assim, a perda de calor e
mantendo a temperatura normal do corpo.
Quando a temperatura do corpo aumenta, esta
é diminuída com a dilatação vascular
e o aumento do fluxo sangüíneo na superfície
da pele. As glândulas sudoríparas,
controladas por um centro de controle de
calor no cérebro, também participam desse
processo. Quando o corpo está quente, suamos
e a evaporação do suor na pele esfria a
superfície do corpo e ajuda a manter a
temperatura normal do corpo. Nesse aspecto,
a pele funciona como um órgão excretor,
eliminando resíduos inúteis do corpo como,
por exemplo, uréia, embora essa
excreção seja mínima se comparada com os
rins, que realizam a excreção via urina.
A melanina é a responsável pela
coloração da pele e ajuda a protegê-la
contra os raios de luz ultravioleta. Todas
as pessoas de todas as raças nascem com o
mesmo número de células de pigmentação (melanócitos).
Todavia, o índice em que as glândulas de
melanina são formadas nessas células e o seu
grau de concentração na epiderme são
características hereditárias e os principais
fatores nas diferenças de cor da pele, assim
como a exposição à luz solar.
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E vem chegando o verão...
Filtros solares: proteção
ou complicação?
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Filtros
solares são preparações cosméticas de uso tópico
para a pele, que ajudam a protegê-la dos efeitos
nocivos da radiação ultravioleta São usadas para
evitar queimaduras e câncer de pele.
Os raios
ultravioleta são classificados em raios UV-A
(320-400 nm) e UV-B (290-320 nm). A exposição
aos raios UV-B pode causar queimaduras, e aos
raios UV-A pode, dependendo da freqüência e da
intensidade da exposição, levar ao aparecimento
de câncer e ao envelhecimento precoce da pele.
Os filtros
solares têm substâncias orgânicas que absorvem
parte da radiação UV, ou compostos inorgânicos
que refletem a luz solar. Funcionam no primeiro
caso como bloqueadores químicos e, no segundo,
como bloqueadores físicos. Há filtros solares
que contem tanto substâncias orgânicas
aromáticas conjugadas, como por exemplo, a
avobenzona,
quanto óxidos inorgânicos como dióxido de
titânio (TiO2) e óxido de zinco (ZnO).
A função das
moléculas aromáticas é absorver os raios UV não
deixando que estes raios atinjam a pele. Já os
óxidos inorgânicos funcionam como uma barreira
física impedindo a passagem dos raios UV. Como
nem todos os filtros solares oferecem proteção
completa contra os raios UV-A e UV-B, é
importante entender o que é Fator de Proteção
Solar (FPS). O FPS
é apenas uma medida que indica o grau
de proteção conferido pelo filtro solar, cuja
escolha, entretanto, depende de variáveis, como
por exemplo, a cor da pele do indivíduo exposto
ao sol. Em outras palavras, indica quantas vezes
o tempo de exposição ao sol, sem o risco de
queimadura, pode ser aumentado com o uso de
filtro solar.
Difícil é
escolher o filtro solar entre tantos os que são
vendidos no comércio. Nos Estados Unidos, são
vendidas 952 marcas de filtros solares. Mas,
segundo o grupo ambientalista EWG (do inglês
Environmental
Working Group),
4 de cada 5 desses filtros solares não oferecem
proteção adequada, e 1 em cada 7 não protege
contra os raios UV-A. As afirmações do EWG não
param por aí. Segundo eles, quase metade dos
filtros solares não contém estabilizantes para
impedir a fotodegradação das substâncias
absorvedoras dos raios UV.
É claro que
estas declarações do EWG descontentaram os
fabricantes de filtros solares e alguns
dermatologistas, que garantem de pés-juntos que
seus produtos são eficazes e seguros. Mas,
também os fabricantes de filtros solares não
estão satisfeitos com a FDA (do inglês
Food and
Drug Administration),
a agência norte-americana responsável pelo
licenciamento de cosméticos e fármacos. Afirmam
que a FDA é muito morosa para liberar novos
produtos. Segundo os fabricantes há várias
solicitações de registro há anos em revisão pela
agência, a espera de licenciamento.
Não são
só ambientalistas que vem atacando a FDA e os
fabricantes de filtros solares, os
toxicologistas também. Estes têm demonstrado que
algumas substâncias orgânicas presentes em
filtros solares como a oxibenzona, também
conhecida como benzofenona-3,
aprovada nos anos setenta pela FDA, afetam o
fígado, os rins e órgãos do sistema reprodutor.
Alguns
estudos mostraram que esta substância se
comporta como hormônio endógeno feminino. Para
complicar ainda mais as coisas, os dois óxidos
inorgânicos que protegem a pele contra os raios
UV-A, estão sendo usados nas preparações
cosméticas na forma de nanopartículas. Devido ao
tamanho ínfimo dessas partículas, há muitas
dúvidas na comunidade científica se estas não
serão absorvidas pela pele, e que conseqüências
poderão advir se ocorrer sua absorção.
Até
que a poeira se assente, o mais seguro
ainda é se proteger do sol com óculos
escuros, chapéus de aba larga, camisa e
calças compridas.
Você está tomando as devidas
precauções com o sol de verão que começa
em 21 de dezembro?
Há
1403 marcas de filtros solares
registrados, 145 para uso infantil, na
ANVISA (Agência
Nacional de
Vigilância
Sanitária). Esta
agência é a responsável, no Brasil, pelo
licenciamento de fármacos e cosméticos.
Visite o endereço
www.anvisa.gov.br |
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Por fim, as
denominações “protetores” e, principalmente,
“bloqueadores” solares não deveriam ser usadas
porque dão uma idéia errônea de proteção total
contra os raios ultravioleta.
Quem quiser
saber mais sobre filtros solares leia, na página
44, da revista
Chemical and Engineering News
de Julho (21) de 2008, a reportagem de Britt
Erickson
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04/03/19
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