Desvendado o mistério da
mistura "explosiva" da Coca-Cola diet e da bala Mentos
O
efeito efervescente produzido pela adição da balas Mentos ao refrigerante
Coca-Cola Diet, conhecido vulgarmente como reação de “Mentos-Diet Coke”, é
bastante propagado em portais de vídeo e na Internet devido a impressionante
propulsão dos jatos do refrigerante da garrafa, muito semelhante ao que
acontece em algumas fontes termais conhecidas como gêiser.
Embora o efeito tenha sido
amplamente discutido nos últimos anos, somente agora, em junho de 2008, o
físico Tonya S. Coffey e seus colaboradores descreveram no periódico
American Journal of Physics [vol 76(6), 551-557], em detalhes, a
natureza física do fenômeno.
O efeito não se deve diretamente ao tipo da bala Mentos (frutal
ou mentolada), nem tão pouco a cafeína do refrigerante ou ao pH do meio,
como em princípio foi suposto. O fenômeno é devido à presença da goma
arábica presente na bala Mentos. Este surfactante, presente na camada
externa da bala, diminui a tensão superficial do meio acarretando a
liberação rápida do CO2
da garrafa. A saída rápida de gás resulta num jorro forte e contínuo. Esse
efeito é potencializado pelo aspartame e pelo benzoato de potássio,
presentes no refrigerante, que contribuem para diminuir a tensão superficial
do meio facilitando a formação de bolhas.
Coffey e cols. usaram a microscopia eletrônica para investigar a aspereza da
bala Mentos, mostrando que na superfície dessas balas são formados sítios de
nucleação de CO2.
Outros materiais como areia,
sal e detergentes lava-louças provocam o mesmo fenômeno, mas em escala bem
inferior ao das balas Mentos.
Outro aspecto importante para
criar o fantástico efeito efervescente deve-se à rapidez com que as balas
Mentos chegam ao fundo da garrafa, dada a sua densidade, contribuindo para o
aumento da velocidade da reação.