Alimentos Geneticamente Modificados:
está servido?!
Por mais forte que seja a
desconfiança em relação
aos produtos geneticamente modificados, não há mais como fugir
deles. O primeiro passo foi a criação de soja resistente a
herbicidas, tomates longa-vida e milho imune a insetos.
Na Mesa:
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Mais Vitaminas:
Um estudante de doutorado da Salisbury State University, em
Maryland, US, tem estudado a possibilidade de se aumentar o
valor nutricional de certas plantas pela transferência
genética de algumas bactérias. Seu grupo já produz soja
com 15% a mais de metionina (um aminoácido) e alfaces com
50% a mais de vitamina B12.

Peixes Transgênicos:
O uso de peixes transgênicos para uso científico já é comum
desde 1985 - vários países os utilizam para investigação de
sistemas polutivos, biologia submarina e pesquisa médica. Na
Holanda e Noruega já se produz peixes transgênicos para
consumo humano: além dos ganhos de produtividade, maior
massa corpórea, ainda há a utilização de "peixes-remédios",
como os que produzem insulina (patenteado), os que trazem
drogas contra o mal de Alzheimer.
Batatas que vacinam:
A Universidade de Cornell, nos EUA, acaba de começar um
estudo com batatas geneticamente modificadas para
testá-las como estimulante do sistema de defesa do
organismo, evitando doenças como a hepatite B. As
batatas-vacinas contêm uma proteína do vírus da hepatite
B, o que, espera-se, estimule o corpo a se defender da
doença. O objetivo de usar alimentos para vacinar é
baratear a prevenção das doenças e com isso proteger
mais pessoas.
Nada Contra:
Após mais de dez anos de ensaios, o fato é que não existe
relato de desequilíbrio ambiental causado pela
distribuição das plantas ou por seus genes tóxicos. Por
essas e outras, a respeitada agência americana controladora
de drogas e alimentos, a FDA, considera que derivados da
biotecnologia não apresentam riscos. Para o órgão, a
biotecnologia é simplesmente mais uma
das
ferramentas do homem na busca milenar de melhoramentos
genéticos, a princípio apenas fazendo cruzamentos entre
exemplares da mesma espécie, agora misturando
características de organismos
diferentes.
Brasil também
produz:
A maioria das experiências ainda está na fase preliminar, em
laboratório. Porém, mais 200 já se encontram na fase de
produção experimental em campo. O número de pedidos de
autorizações vem crescendo muito: só no ano passado foram
350 e este ano a CTNBio já colocou na pauta outros 230. A
previsão é que o total de pedidos de liberação para
experiências com transgênicos chegue a 700 até o final do
ano, um aumento de 100% em relação a 98. A procura maior é
para produção de milho transgênico (595 pedidos), seguida
por soja (32), cana-de-açúcar (6), algodão (3), eucalipto
(2), fumo (2), arroz (1) e batata (1).
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Está
sendo preparada uma nova geração de vegetais alterados: grãos
mais nutritivos, sementes estéreis que não se reproduzem
no segundo plantio, alimentos recheados com remédios. As
invenções saltam dos laboratórios para as prateleiras dos
supermercados com muito mais rapidez do que a perplexidade humana é
capaz de digeri-las.
Os
cientistas extraem genes responsáveis por características desejáveis
de animais e vegetais e os incorporam aos alimentos. A
biotecnologia rompe a barreira entre as espécies e provoca
discussões ambientais, éticas e religiosas. Enquanto uma parte
da população ignora o assunto e outra reage com medo, os produtores
argumentam que só as alterações genéticas garantirão comida
suficiente para alimentar os 10 bilhões de pessoas que
habitarão o planeta em 2025.
No Mundo:
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Europa:
60% de toda a comida à venda tem uma pitada de transgênicos.
A soja alterada é misturada há anos com a convencional e
utilizada na fabricação de alimentos que vão de biscoitos a
refeições prontas para microondas. No tradicional breakfast
inglês, praticamente todos os elementos dependem de alguma
modificação genética ao longo da cadeia produtiva.
EUA:Os americanos
entendem que a natureza deve ser domesticada. Neste país, é
quase impossível saber se o produto adquirido em um super
mercado é ou não transgênico. Técnicas genéticas já vem
sendo adotadas na agricultura há mais de 15 anos.
Brasil: No Brasil, os
grãos modificados só podem ser cultivados em áreas
experimentais autorizadas pela Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio). No total, 593 plantios de soja,
milho, cana-de-açúcar, algodão, arroz, batata e fumo foram
autorizados em 12 estados. A Polícia Federal indiciou um
agricultor e três comerciantes de Júlio de Castilhos pelo
plantio e comercialização ilegais de 22,5 sacas de sementes
de soja transgênica. Os envolvidos poderão ser condenados a
até quatro anos de prisão. |
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