Botulismo animal
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COMO O BOTULISMO É
TRANSMITIDO AOS ANIMAIS
O Clostridium botulinum faz parte da flora intestinal normal do
animal, e quando ele morre por um motivo qualquer, devido à putrefação, são
criadas condições favoráveis para o desenvolvimento da bactéria e produção
de toxina botulínica.
Os bovinos em regiões com acentuada deficiência de
fósforo e suplementação mineral inadequada, têm tendência a ingerir ossos ou
restos de cadáveres, e se estes estiverem contaminados com a toxina
botulínica, podem desenvolver o
Botulismo.
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Outros meios de transmissão do Botulismo, além da
ingestão de ossos ou restos de cadáveres, são:
• água parada, geralmente águas rasas e esverdeadas, com
restos de cadáveres ou não;
• grãos de milho armazenados em condições de umidade elevada e alta
temperatura entram em putrefação e podem desenvolver a toxina;
• feno úmido e em putrefação;
• ração armazenada inadequadamente;
• cama de frango que, sob determinadas condições de armazenagem, são
excelentes meios de cultura para o clostrídio e para a produção da toxina;
• silagem, principalmente nas partes laterais do silo, onde pode ocorrer
putrefação.
CICLO DO CLOSTIDIUM BOTULINUM
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SINTOMAS
APRESENTADOS PELOS ANIMAIS DOENTES
A duração da doença é variável, e vai depender da quantidade de toxina
ingerida. Se a ingestão for alta, a morte pode vir em menos de 24 horas. Se
for baixa, existe a probabilidade de o animal sobreviver, mas podem ficar
sequelas.
O principal sintoma do Botulismo é a paralisia dos músculos de locomoção,
mastigação e deglutição. O problema se manifesta inicialmente nas patas
traseiras, e o animal começa a apresentar um andar duro e desajeitado
preferindo ficar deitado. Por isso o nome de “doença da vaca caída”. Mais
tarde, o animal começa a apresentar dificuldade em pastar e mastigar
alimentos. Não há febre. Nos animais, o tratamento não é indicado, por ser
caro.
MATERIAL PARA
DIAGNÓSTICO
Os animais que morreram de suspeita de botulismo deve-se coletar : material
rumenal, conteúdo intestinal e fígado. Todo o material deve ser refrigerado
e enviado ao laboratório o mais breve possível. Coleta-se, também, o cérebro
do qual metade deve ser colocado em formol e a outra metade deve ser
refrigerada, e enviada ao laboratório.
COMO PREVENIR O
BOTULISMO NOS ANIMAIS
Para evitar o Botulismo nos animais, devem ser tomadas
as seguintes medidas:
• mineralização do rebanho, pois a
carência mineral é a principal causa do hábito de roer ossos. A correção da
deficiência de fósforo é fundamental, seja pela suplementação através de
sais minerais, seja pela correção do solo;
• eliminação das fontes de intoxicação: os cadáveres devem ser retirados das
pastagens, queimados e enterrados profundamente em local a que os bovinos
não tenham acesso;
• quando se suspeita que a intoxicação provenha de alguma fonte de água ou
alimento, deve-se impedir o acesso dos animais a esses lugares;
• todos os animais, após o desmame, devem ser vacinados anualmente. Os
animais vacinados pela primeira vez devem tomar um reforço 4 - 6 semanas
depois;
• as camas de frango, quando utilizadas na alimentação de bovinos, devem ser
previamente esterilizadas, pois apresentam fezes, que são veículos de
Clostridium botulinum, e restos de carcaças, que permitirão a
multiplicação destes agentes e, dessa forma, a veiculação da toxina;
• o trânsito de aves migratórias deve ser observado, pois estas disseminam o
Clostridium botulinum externamente ou internamente de áreas
contaminadas para áreas não contaminadas;
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• capim em decomposição ou silagem deteriorada devem ser removidos da
alimentação dos animais.
REFERÊNCIAS
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10/06/09