PROFESSOR

PAULO CESAR

PORTAL DE ESTUDOS EM QUÍMICA
 

DICAS PARA O SUCESSO NO VESTIBULAR: AULA ASSISTIDA É AULA ESTUDADA - MANTER O EQUILÍBRIO EMOCIONAL E O CONDICIONAMENTO FÍSICO - FIXAR O APRENDIZADO TEÓRICO ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS.

     
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Ozonosfera ou Camada de Ozônio

Ozonosfera, ou camada de ozônio, localiza-se na estratosfera, entre 16 e 30 quilômetros de altitude. Com cerca de 20 km de espessura, contém aproximadamente 90% do ozônio atmosférico.

Os gases na ozonosfera são tão rarefeitos que, se comprimidos à pressão atmosférica ao nível do mar, sua espessura não seria maior que alguns milímetros. Este gás é produzido nas baixas latitudes, migrando diretamente para as altas latitudes.

As radiações eletromagnéticas emitidas pelo Sol trazem energia para a Terra, entre as quais a radiação infravermelha, a luz visível e um misto de radiações e partículas, muitas destas nocivas.

Grande parte da energia solar é absorvida e reemitida pela atmosfera. Se chegasse em sua totalidade à superfície do planeta, esta energia o esterilizaria.

A ozonosfera é uma das principais barreiras que protegem os seres vivos dos raios ultravioleta. O ozônio deixa passar apenas uma pequena parte dos raios U.V., esta benéfica. Quando o oxigênio molecular da alta-atmosfera sofre interações devido à energia ultravioleta provinda do Sol, acaba dividindo-se em oxigênio atômico; o átomo de oxigênio e a molécula do mesmo elemento se unem devido à reionização, e acabam formando a molécula de ozônio cuja composição é (O3)

A região, quando saturada de ozônio, funciona como um filtro onde as moléculas absorvem a radiação ultravioleta do Sol e, devido a reações fotoquímicas, atenuando seu efeito. É nesta região que estão as nuvens-de-madrepérola, que são formadas pela capa de ozônio.

Índice

bullet 1 Medidas
bullet 2 Formação
bullet 2.1 Como se forma o Ozônio
bullet 3 Degradação
bullet 3.1 Os fluidos de refrigeração
bullet 3.2 A indústria química e os CFC's
bullet 4 O buraco na camada de ozônio
bullet 4.1 Relação com a temperatura
bullet 4.2 Evolução ao longo dos anos
bullet 5 Conseqüências da degradação da ozonosfera
bullet 5.1 O Fito plâncton e a cadeia alimentar
bullet 6 Regiões do globo mais afetadas
bullet 7 Medidas tomadas mundialmente para evitar a degradação da ozonosfera
bullet 8 Medidas que cada um pode tomar
bullet 8.1 Protegendo-nos da radiação UV

Medidas

O padrão de medição do ozônio é feito de acordo com sua concentração por unidade de volume que por sua vez recebe a denominação de Unidade Dobson (UD).

No ano de 2005, no dia sete de outubro, uma medição realizada pelo INPE na Antártica constatou que a concentração de ozônio estava em torno de 160 UD, quando em época de normal seria 340 UD (esta medida é considerada referencial).

Abaixo da medida de 220 UD já se pode considerar baixa densidade de ozônio, ou a formação do buraco que já causa danos ao meio-ambiente.

Formação

A camada de ozônio (ou ozonosfera) forma-se e destrói-se por fenômenos naturais, mantendo um equilíbrio dinâmico, não tendo sempre a mesma espessura. A espessura da camada pode assim alterar-se naturalmente ao longo das estações do ano e até de ano para ano. Mas nem sempre a destruição da camada ocorre por motivos naturais. Sobre a formação, o ozonio estratosférico forma-se geralmente quando algum tipo de radiação ou descarga elétrica separa os dois átomos da molécula de oxigênio (O2), que então se podem recombinar individualmente com outras moléculas de oxigênio para formar ozônio (O3). Curiosamente, é também a radiação ultravioleta que “forma” o ozônio.

Como se forma o Ozônio

O ar que nos rodeia contém aproximadamente 20% de Oxigênio. A molécula de oxigêno pode ser representada como O2, ou seja, dois átomos de Oxigênio quimicamente ligados. De forma simplista, é o Oxigênio molecular que respiramos e unido aos alimentos que nos dá energia. A molécula de ozônio é uma combinação molecular mais rara dos átomos de oxigênio, sendo representada como O3. Para sua criação é necessária uma certa quantidade de energia. Uma centelha elétrica, por exemplo.

Suponhamos que tenhamos um vazamento de alta tensão num determinado circuito elétrico hipotético (ou uma descarga atmosférica, outro exemplo). No momento da passagem do arco voltaico pelo ar temos uma liberação de energia. Logo:

O2 + energia 2 [O]

Traduzindo: Uma molécula de Oxigênio energizada é transformada em dois átomos de Oxigênio livres.

Os átomos de Oxigênio livres na atmosfera são reativos quimicamente, logo deverão se combinar com moléculas próximas para se estabilizar.

Imaginemos que tenhamos adjacentes aos átomos livres de oxigênio moléculas de oxigênio e outras quaisquer. Chamemos as segundas de M (de molécula).

Logo teremos:

O + O2 + M O3 + M

Traduzindo: Um átomo livre de Oxigênio com uma molécula de Oxigênio e uma molécula qualquer são transformados em Ozônio e uma molécula qualquer.

Aquela molécula qualquer não é consumida pela reação, porém é necessária para que possa se realizar. Na verdade M é um catalisador, pode ser no caso da atmosfera da Terra o nitrogênio molecular (N2), onde M=N2, por exemplo.

Portanto, esta é uma das formas mais comuns de se produzir ozônio. Outras seriam fornos industriais, motores automotivos entre outros que produzem o gás. Na baixa atmosfera o ozônio é reativo e contribui para a poluição atmosférica industrial, sendo considerado um veneno.

Degradação

Os clorofluorcarbonetos (CFC´s), para além de outros produtos químicos produzidos pelo Homem que são bastante estáveis e contêm elementos de cloro ou bromo, como o brometo de metilo, são os grandes responsáveis pela destruição da camada de ozônio. Os CFC tem inúmeras utilizações pois são relativamente pouco tóxicos, não inflamáveis e não se decompõem (facilmente). Sendo tão estáveis, duram cerca de cento e cinqüenta anos. Estes compostos, resultantes da poluição provocada pelo Homem, sobem para a estratosfera completamente inalterados devido à sua estabilidade e na faixa dos 10 a 50 km de altitude, onde os raios solares ultravioletas os atingem, decompõem-se, libertando seu radical, no caso dos CFCs o elemento químico cloro. Uma vez liberto, um único átomo de cloro destrói cerca de 100 000 moléculas de ozônio antes de regressar à superfície terrestre, muitos anos depois.

Três por cento (3%), talvez mesmo cinco por cento (5%), do total da camada de ozônio já foram destruídos pelos clorofluorcarbonos. Outros gases, como o óxido de nitrogênio (NO) libertado pelos aviões na estratosfera, também contribuem para a destruição da camada do ozônio.

De acordo com a Quercus, Portugal é um dos países da UE que mais contribui para a destruição da camada do ozônio: em 2004, Portugal recuperou cerca de 0.5% dos CFC existentes nos equipamentos em fim de vida, como frigoríficos, arcas congeladoras e aparelhos de ar condicionado. A não remoção e tratamento dos CFC ainda presentes nos equipamentos mais antigos, conduz à libertação para a atmosfera de 500 toneladas anuais, segundo a Quercus. Foi em 1986 que se verificou pela primeira vez a destruição progressiva da camada do ozônio, com a sua conseqüente rarefação, designada por buraco do ozônio. Esta descoberta foi feita sobre a Antarctica pelo físico britânico Joe Farman.

Os fluidos de refrigeração

Até os anos 1920 o fluido utilizado para aquecimento e resfriamento era a amônia ou dióxido de enxofre, gases venenosos e que causam um cheiro desagradável. No caso de vazamento podem ocasionar envenenamento naqueles que se encontram próximos aos equipamentos de refrigeração. Iniciou-se então a pesquisa para encontrar um gás substituto que fosse líquido em condições ideais, circulasse no sistema de refrigeração e, em caso de vazamento, não causasse danos aos seres vivos.

A indústria química e os CFC's

Ficheiro:Ozone cfc trends.png

As pesquisas da indústria química voltada à refrigeração se concentraram num gás que não deveria ser venenoso, inflamável, oxidante, não causasse irritações nem queimaduras, não atraísse insetos. Em suma, deveria ser um gás estável e perfeito.

Nas pesquisas foram testados diversos gases e fluidos, sendo escolhida uma substância que se chamaria de clorofluorcarbono, ou CFC.

Os CFC's podem ser compostos de um ou alguns átomos de carbono ligados a átomos de cloro e/ou flúor.

Os CFC's passaram a constituir os equipamentos de refrigeração, condicionadores de ar, como propelentes de sprays, solventes industriais, espumas isolantes, produtos de utilização na Microeletrônica e na Eletrônica, etc.

Um exemplo de CFC:

F
|
Cl-C-Cl
|
F

No final da década de 1960 eram liberadas em torno de um milhão de toneladas de CFCs por ano. As formas de liberação do gás são diversas, a mais conhecida é pelos aerossóis que utilizam o CFC como propelente. Uma vez liberado na atmosfera, o propulsor começa a se espalhar pela atmosfera livre e levado por convecção sobe até a alta atmosfera sendo espalhado por todo o planeta. Os CFCs são gases considerados inertes cuja reação depende de condições muito peculiares.

Na alta atmosfera existem correntes de ar em alta velocidade , as jet streams, muito poderosas, cuja direção é horizontal. Estas espalham os gases da região em todas as direções.

A camada de ozônio se encontra em torno de 25/26 quilômetros de altitude aproximadamente. A energia solar em comprimento de onda ultravioleta forma as moléculas de ozônio. O processo se dá quando se dividem algumas moléculas de oxigênio em átomos oxigênio livre, recombinando-as às moléculas de oxigênio através da radiação ultravioleta.

Aquelas moléculas de ozônio flutuando na alta atmosfera acabam encontrando as moléculas de CFC. O clorofluorcarboneto é uma molécula estável em condições normais de temperatura e pressão atmosférica, porém, excitado pela radiação UV, acaba se desestabilizando e libera o átomo de cloro.

O átomo de cloro é um catalisador poderoso que destrói as moléculas de ozônio, permanecendo intacto durante todo o processo. Uma vez na alta atmosfera, o cloro leva muitos anos para descer à baixa atmosfera. Neste período, cada átomo de cloro destruirá milhões de moléculas de ozônio. A reação de destruição do ozônio é bastante simples, uma vez que esta molécula é extremamente reativa na presença de radiação UV e cloro. Observemos:

O2 + Energia UV 2 O
 

2 Cl (do CFC) + 2O3 2 ClO + 2 O2
 

2 Cl + 2 O (regenerando o Cl) + 2 O2

Logo, a resultante da reação é:

2 O3 3 O2

Isto significa que tivemos três moléculas de oxigênio geradas e os átomos de cloro foram regenerados para destruir mais duas moléculas de ozônio de cada vez, e assim por diante, infinitamente, até o cloro descer à baixa atmosfera.

Em meados da década de 90, pesquisadores alemães desenvolveram estudos em que foi verificada a ação de microrganismos capazes de evitar a degradação do ozônio, decompondo os gases CFC's. O trabalho se intitula: "Reductive Dehalogenation - its logics microbian", e foi publicado em 1997.

O buraco na camada de ozônio

Apesar dos gases que prejudicam a camada de ozônio serem emitidos em todo o mundo – 90% no hemisfério norte, principalmente resultantes da atividade humana – é na Antártica que a falha na camada de ozônio é maior. A área do buraco de ozônio é definida como o tamanho da região cujo ozônio está abaixo das 200 unidades Dobson (DUs - unidade de medida que descreve a espessura da camada de ozônio numa coluna diretamente acima de onde são feitas as medições): 400 DUs equivale a 4 mm de espessura. Antes da Primavera na Antártica, a leitura habitual é de 275 DUs.

Buraco da camada de ozônio

O buraco na camada de ozônio é um fenômeno que ocorre somente durante uma determinada época do ano, entre agosto e início de novembro (primavera no hemisfério sul). O que conhecemos por "buraco na camada de ozônio" não se trata propriamente de um buraco na camada do gás ozônio, na verdade trata-se de uma rarefação (afinamento de expessura), que é explicada pelos arranjos moleculares do comportamento dos gases em um meio natural, que não possibilitaria uma falha a ser denominada buraco.

Quando a temperatura se eleva na Antártica, em meados de novembro, a região ainda apresenta um nível abaixo do que seria considerado normal de ozônio.

No decorrer do mês, em função do gradual aumento de temperatura, o ar circundante à região onde se encontra o buraco inicia um movimento em direção ao centro da região de baixo nível do gás.

Desta forma, o deslocamento da massa de ar rica em ozônio (externa ao buraco) propicia o retorno aos níveis normais de ozônio a alta atmosfera fechando assim o buraco.

A Organização Meteorológica Mundial (WMO), no seu relatório de 2006, prevê que a redução na emissão de CFCs, resultante do Protocolo de Montreal, resultará numa diminuição gradual do buraco de ozônio, com uma recuperação total por volta de 2065. No entanto, essa redução será mascarada por uma variabilidade anual devida à variabilidade da temperatura sobre a Antártica. Quando os sistemas meteorológicos de grande escala, que se formam na troposfera e sobem depois à estratosfera, são mais fracos, a estratosfera fica mais fria do que é habitual, o que causa um aumento do buraco na camada de ozônio. Quando eles são mais fracos (como em 2002), o buraco diminui.

Relação com a temperatura

As constantes temperaturas frias do Inverno que se sentem no Pólo Sul contribuem para a formação de nuvens polares estratosféricas que incluem moléculas contendo cloro e bromo. Quando a Primavera polar chega (Setembro), a combinação da luz solar com aquelas nuvens leva à formação de radicais de cloro e bromo que quebram as moléculas de ozônio, com conseqüente destruição da camada do ozônio. Quanto mais frio é o Inverno antárctico mais afetada é a camada do ozônio. Em 2002, as dimensões sofreram um decréscimo e o “buraco” foi mesmo dividido em duas partes distintas, devido a uma vaga de calor sem precedentes na região, foi o menor buraco do ozônio desde 1988.

Com efeito, no ano 2000, as dimensões do “buraco” da camada de ozônio atingiram um valor máximo de 27 a 28 milhões de km2 , devido a um Inverno particularmente frio. Tudo isto nos leva a crer que, enquanto anteriormente se pensava que este fenômeno era totalmente independente das emissões dos gases de estufa, tais como o dióxido de carbono, os dois fenômenos podem, de fato, estar relacionados. Isto porque o aquecimento climático é acompanhado de um arrefecimento da alta atmosfera em altitude, o que pode acelerar a destruição da camada de ozônio. Anteriormente à descoberta da possível correlação entre estes dois fenômenos estimava-se que a recuperação da camada de ozônio não deveria começar a ocorrer antes de 2010-15, e que a recuperação completa dessa mesma camada só poderia começar a ser esperada cerca de 2050-60.

A eventual correlação entre os dois fenômenos poderá resultar na revisão, para mais longe, destas expectativas, a menos que o Protocolo de Kyoto venha a ter resultados positivos em breve, sobre a diminuição das emissões de gases com efeito de estufa. O buraco do ozônio persiste normalmente até Novembro/Dezembro, quando as temperaturas regionais aumentam. O tempo exato e amplitude do buraco de ozônio na Antártida dependem de variações meteorológicas regionais.

O buraco do ozônio não se restringe à Antártida. Um efeito similar, mas mais fraco, tem sido detectado no Ártico e também noutras regiões do planeta, a camada de ozônio tem ficado mais fina, permitindo a intensificação dos raios UV e o aparecimento de novos buracos que poderão surgir sobre qualquer latitude.

Evolução ao longo dos anos

Em 1985, os cientistas identificaram uma zona mais fina da camada do ozônio sobre a Antártida durante os meses de Primavera que ficou conhecida como “buraco do ozônio”. As provas científicas mostram que os compostos químicos de origem humana são responsáveis pela criação do buraco do ozônio Antárctico e são provavelmente responsáveis importantes pelas perdas globais de ozônio. As substâncias destruidoras de ozônio (Ozone Depleting Substances, ODS) têm sido usadas em muitos produtos que tiram partido das suas propriedades físicas (ex. CFCs têm sido usados como gases comprimidos em aerossóis e refrigerantes). Pensa-se que a camada de ozônio se está a degradar a uma taxa de 5% a cada 10 anos sobre a Europa do Norte, com essa degradação a estender-se a sul ao Mediterrâneo e ao sul dos EUA. Contudo, a degradação do ozônio sobre as regiões polares é a mais dramática manifestação do efeito global geral.

Os níveis de ozônio sobre o Ártico na Primavera de 1997 diminuíram 10% desde 1987, apesar da redução da concentração de CFCs e outros compostos industriais que destroem o ozônio quando expostos à luz solar. Acredita-se que isto pode dever-se a um vortex de ar frio em expansão formado na baixa estratosfera sobre o Ártico, conduzindo a um aumento do ozônio destruído. Prevê-se que um buraco sobre o Ártico do tamanho do que se encontra sobre a Antártida possivelmente se torne uma ameaça ao hemisfério norte por várias décadas. Ainda em 1997 o buraco do ozônio antárctico cobria 24 Mkm2 em Outubro, com uma média de 40% de degradação do ozônio e com os níveis de ozônio na Escandinávia, Groenlândia e Sibéria alcançando uns sem precedentes 45% de degradação em 1996. O tamanho do buraco na camada do ozônio em Outubro de 1998 era 3 vezes o tamanho dos EUA, maior do que jamais houvera sido. No Outono de 2000, o buraco na camada de ozônio era o maior de sempre. Os observadores houveram esperado que o seu nível em 1998 era devido ao El Niño e que não seria excedido.

Desde a descoberta do fenômeno de destruição da camada de ozônio nos anos 80, que os satélites têm monitorizado a concentração do ozônio estratosférico no planeta Terra, como é o caso do Envisat, da Agência Espacial Européia, lançado em Março de 2002, e utilizado atualmente para essa missão, elaborando modelos de previsão a partir de dados recebidos.

Consequências da degradação da ozonosfera

A conseqüência imediata da exposição prolongada à radiação UV é a degeneração celular que ocasionará um câncer de pele nos seres humanos de pele clara. As pessoas de pele escura não estão livres desse câncer, a diferença é somente o tempo de exposição. Até o final da década de 1990, os casos de câncer de pele registrados devido ao buraco na camada de Ozônio tiveram um incremento de 1000% em relação à década de 1950. Alguns desinformados e principalmente aqueles defensores das indústrias fabricantes de CFCs, dizem que este aumento foi devido à melhoria da tecnologia de coleta de dados, e que os danos são muito menores do que os alarmados e alardeados pelos cientistas atmosféricos.

O buraco da camada de Ozônio tem implicações muito maiores do que o câncer de pele nos humanos. As moléculas orgânicas expostas à radiação UV têm alterações significativas e formam ligações químicas nocivas aos seres vivos. A radiação UV atinge em especial o fito plâncton que habita a superfície dos oceanos e morre pela sua ação.

Em quantidades muito pequenas, as radiações UV são úteis à vida, contribuindo para a produção da vitamina D, indispensável ao normal desenvolvimento dos ossos. No entanto, a exposição prolongada e sem protecção a radiação UV causa anomalias nos seres vivos, podendo levar ao aparecimento de cancro da pele, deformações, atrofia e cegueira (cataratas) assim como à diminuição das defesas imunológicas, favorecendo o aparecimento de doenças infecciosas e em casos extremos, pode levar à morte. A radiação UV excessiva pode também diminuir a taxa de crescimento de plantas e aumentar a degradação de plásticos, tal como aumentar a produção de ozono troposférico e afectar ecossistemas terrestres e aquáticos, alterando o crescimento, cadeias alimentares e ciclos bioquímicos. Em particular, a vida aquática junto à superfície da água, onde as espécies de plantas que formam as bases da cadeia alimentar são mais abundantes, é adversamente afectada por elevados níveis de radiação UV. A produção/degradação do ozono troposférico também altera a distribuição térmica na atmosfera, resultando em impactos ambientais e climáticos indeterminados. Anualmente e a nível mundial, surgem cerca de 3 milhões de novos casos de cancro da pele e morrem 66 000 pessoas com esse tipo de cancro. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, a redução de apenas 1% na espessura da camada de ozono é suficiente para a radiação UV cegar 100 mil pessoas por catarata e aumentar os casos de cancro da pele em 3%.

A diminuição do ozono estratosférico e as alterações climáticas são problemas ambientais distintos, causados principalmente pela actividade humana e interrelacionando-se de várias formas:

bulletAs substâncias que causam a destruição da camada do ozono, como os CFCs também contribuem para o efeito de estufa;
bulletA camada de ozônio NÃO influencia na temperatura. Os cientistas antes acreditavam que se ela fosse destruída, a Terra regularia melhor a sua temperatura. No entando, a camada não influencia no efeito de estufa;
bulletO aumento de exposição da superfície terrestre a raios UV pode alterar a circulação dos gases com efeito de estufa, aumentando o aquecimento global. Em particular, prevê-se que o aumento de UV suprima a produção primária nas plantas terrestres e no fito plâncton marinho, reduzindo a quantidade de dióxido de carbono que absorvem da atmosfera;
bulletPrevê-se que o aquecimento global conduza a um aumento médio das temperaturas na troposfera, podendo arrefecer a estratosfera, conseqüentemente, aumentando a destruição da camada de ozônio (temperaturas baixas favorecem reações de destruição do ozônio).

Observação: O sol emite dois tipos de raios: UV (ultra-violeta) que causa câncer de pele; e IF (infra-vermelho) responsável pelo aquecimento da Terra. A camada de ozônio somente evita a entrada de UV, por isso que sua destruição aumentaria a taxa de câncer de pele. Mas, não esquentaria o planeta, visto que ela não impede a entrada de raios infra-vermelhos provenientes do Sol.

O Fitoplâncton e a cadeia alimentar

As medições das populações desses organismos microscópicos sob o raio de ação do buraco da camada de ozônio demonstraram uma redução de 25% desde o começo do século XXI até o ano de 2003, nas águas marinhas antárticas. A morte destes microorganismos causa uma redução da capacidade dos oceanos em extrair o dióxido de carbono da atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Com a morte do fito plâncton, o zoo plâncton não sobrevive. Sem zoo plâncton, o krill deixa de existir, diminuindo a população dos peixes dos oceanos e assim por diante. Logo, a ozonosfera é primordial para que haja vida no planeta Terra.

Regiões do globo mais afetadas

Os pólos são as zonas mais afetadas pelo buraco na camada de ozônio. A razão para esse fato está relacionada com as especiais condições meteorológicas nessas zonas do globo, especialmente o Pólo Sul (Antártida). Durante o Inverno quando os raios solares não atingem esta região do planeta, as temperaturas são baixíssimas, formando-se umas nuvens de constituição diferente das que costumamos observar. Isto vai criar uma conversão mais rápida e fácil dos CFCs em radicais de cloro destrutivos de ozônio. Como as massas de ar circulam em camadas sobrepostas, dos Pólos para o Equador e no sentido inverso, estas têm a capacidade de transportar poluentes para milhares de quilômetros de distância de onde estes foram emitidos. Na Antártida a circulação é interrompida, formando-se círculos de convecção exclusivos daquela área que levam as moléculas com cloro para a estratosfera. Estes poluentes trazidos pelas correntes no Verão permanecem na Antártida até nova época de circulação. Ao chegar a Primavera, com os seus primeiros raios de sol, as reações químicas que destroem o ozônio são estimuladas. Forma-se, então, o buraco de ozônio de dimensões imensas (cerca de 20 milhões de km2) que, por via da sua dimensão aparenta arrastar os níveis de ozônio noutros continentes do planeta. Em Novembro, o ar que chega de outras regiões permite uma recomposição parcial do escudo de ozônio; o buraco diminui de tamanho, mas não fecha completamente.

Medidas tomadas mundialmente para evitar a degradação da camada de ozônio

Com efeito, cerca de dois anos após a descoberta do buraco do ozônio sobre a atmosfera da Antarctica, os governos de diversos países, entre os quais a maioria dos países da União Européia, assinaram em 1987 um acordo, chamado Protocolo de Montreal, com o objetivo de reconstituir a concentração de ozônio na alta atmosfera. O único método conhecido de proteção da camada do ozônio é limitar a emissão dos produtos que o danificam e substituí-los por outros mais amigos do ambiente, como os clorohidrofluorcarbonetos, que contêm pelo menos um hidrogênio, susceptível de ser atacado na atmosfera. Assim sendo, mais de 60 países comprometeram-se a reduzir em 50% o uso de CFC até finais de 1999, com o Protocolo de Montreal, com o objetivo de reconstituir a concentração de ozônio na alta atmosfera. Este acordo entrou em vigor em 1989 e visa reduzir, progressivamente, as emissões dos gases que provocam a degradação do ozônio Na Conferência de Londres, em 1990, concordou-se em acelerar os processos de eliminação dos CFC, impondo a paragem total da produção até ao ano de 2000, tendo sido criado um fundo de ajuda aos países em desenvolvimento para esse fim. Os Estados Unidos, Canadá, Suécia e Japão anteciparam essa data para 1995 e a UE decidiu parar com a produção até Janeiro de 1996. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o Protocolo de Montreal tem dado bons resultados, uma vez que foi registrada uma lenta diminuição da concentração de CFC na baixa atmosfera após um máximo registrado no período de 1992/1994. Em Fevereiro de 2003, cientistas neozelandeses anunciaram que o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida poderá estar fechado em 2050, como resultado das restrições internacionais impostas contra a emissão de gases prejudiciais.

Sem a forte adesão ao Protocolo, os níveis de substâncias prejudiciais para o ozônio seriam cinco vezes maiores do que são hoje. Mesmo assim, a luta pela restauração da camada de ozônio tem de continuar, pois aquelas substâncias têm um tempo de vida longo. Os cientistas prevêem que o aparecimento anual do buraco do ozônio no Pólo Sul dure ainda vários anos. O êxito do Protocolo de Montreal evidencia o sucesso da cooperação entre países e organizações internacionais para um fim comum. Só o cumprimento integral e continuado das disposições do Protocolo por parte dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento poderá garantir a recuperação total da camada de ozônio.

Medidas que cada um pode tomar

Os primeiros passos, e mais importantes, são a procura de informação: devemos todos estar informados sobre o problema e o que o causa, utilizando como fontes de informação publicações, escolas, bibliotecas públicas, Internet, etc. Como já foi referido, a única maneira de reparar a camada de ozônio é parar a libertação de CFCs e outros gases que destroem o ozônio troposférico (ODS’s). A legislação Européia tem isto como objetivo, através da substituição dos ODS’s logo que alternativas viáveis estejam disponíveis, e onde tais alternativas não estejam disponíveis restringe-se o uso destas substâncias tanto quanto possível. Apesar disto, há diversas iniciativas práticas que podem ser aplicadas a nível individual para ajudar a proteger a camada do ozônio:

bulletTentar usar produtos rotulados como “amigos do ozônio”;
bulletAssegurar que os técnicos que reparam os frigoríficos e aparelhos de ar-condicionado recuperam e reciclam os velhos CFCs de modo a que estes não sejam libertados para a atmosfera;
bulletVerificar regularmente os aparelhos de ar-condicionado das viaturas sobre eventuais fugas;
bulletPedir para mudar o refrigerante do carro caso o aparelho de ar-condicionado necessite de uma grande reparação;
bulletRetirar o refrigerante dos frigoríficos, aparelhos de ar-condicionado e desumidificadores antes de os deitar fora;
bulletAjudar a criar um programa de recuperação e reciclagem na área de residência caso tal ainda não exista;
bulletTrocar extintores que usem “halon” por outros que usem compostos alternativos (ex. dióxido de carbono ou espuma);
bulletSugerir atividades escolares com o objetivo de aumentar a consciência cívica do problema e fomentar a ação local.

Protegendo-nos da radiação UV

Há uma relação direta entre a quantidade de exposição à radiação UV e o risco de contrair certos tipos de cancros de pele. Os fatores de risco incluem tipo de pele, queimaduras solares durante a infância e exposição a luz solar intensa. Mudanças recentes no estilo de vida, com mais pessoas a irem para férias e deliberadamente aumentarem a sua exposição a luz solar forte, são responsáveis parciais por um aumento de cancros de pele malignos. De modo a minimizar o risco de contrair câncer de pele, devemos cobrir a pele exposta com roupa ou protetor solar adequado e usar chapéu. Para os olhos, devem-se usar óculos certificados para protegerem dos raios UV.

 

 

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Este site foi atualizado em 04/03/19