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AQUECIMENTO GLOBAL
Aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média dos
oceanos e do ar perto da superfície da Terra que se tem
verificado nas décadas mais recentes e à possibilidade da
sua continuação durante o corrente século. O fenômeno se
manifesta como um problema na temperatura sobre as áreas
populosas do Hemisfério Norte, entre Círculo Polar Ártico e
Trópico de Câncer. O clima marítimo do Hemisfério Sul é mais
estável; embora o aumento do nível médio do mar também o
atinge. O clima marítimo depende da temperatura dos oceanos
nos Trópicos; e este está em equilíbrio com a velocidade de
evaporação da água, com a radiação solar que atinge a Terra
e o Efeito Estufa.
Comparação de 10 curvas procurando estimar a variação
de temperatura na Terra nos últimos 2000 anos. O IPCC faz notar que os
valores anteriores a 1860 são muito incertos porque os dados referentes ao
Hemisfério Sul são insuficientes. A curva a vermelho, a mais recente, indica
uma temperatura atual semelhante à que ocorreu na Europa no período quente
da Idade Média.
Introdução
Se o aumento da temperatura média se deve a causas
naturais ou antropogênicas (provocadas pelo homem) ainda é
objeto de alguns debates entre os cientistas, embora muitos
meteorologistas e climatólogos tenham recentemente afirmado
publicamente que consideram provado que a ação humana
realmente está influenciando na ocorrência do fenômeno. O
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC),
estabelecido pelas Nações Unidas e pela Organização
Meteorológica Mundial em 1988, no seu relatório mais recente[1]
diz que grande parte do aquecimento observado durante os
últimos 50 anos se deve muito provavelmente a um aumento do
efeito estufa, causado pelo aumento nas concentrações de
gases estufa de origem antropogênica (incluindo, para além
do aumento de gases estufa, outras alterações como, por
exemplo, as devidas a um maior uso de águas subterrâneas e
de solo para a agricultura industrial e a um maior consumo
energético e poluição). O consenso cientifico é de que o
aquecimento global é antropogênico. A maioria das academias
de ciências do mundo fizeram um comunicado conjunto para que
acerca do consenso não houvesse duvidas.
Fenômenos naturais tais como variação solar combinados
com vulcões provavelmente levaram a um leve efeito de
aquecimento de épocas pré-industriais até 1950, mas um
efeito de resfriamento a partir dessa data.[2][3]
Essas conclusões básicas foram endorsadas por pelo menos 30
sociedades e comunidades científicas, incluindo todas as
academias científicas nacionais dos principais países
industrializados. A Associação Americana de Geologistas de
Petróleo,[4][5]
e alguns poucos cientistas individuais não concordam em
partes.[6]
Mangini publicou resultados em que o aumento da radiação
solar faz parte do aquecimento global das últimas décadas.
[7]
[8]
Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que
as temperaturas globais de superfície provavelmente
aumentarão no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990 e
2100.[9]
A variação dos valores reflete no uso de diferentes cenários
de futura emissão de gases estufa e resultados de modelos
com diferenças na sensibilidade climática. Apesar de que a
maioria dos estudos tem seu foco no período de até o ano
2100, espera-se que o aquecimento e o aumento no nível do
mar continuem por mais de um milênio, mesmo que os níveis de
gases estufa se estabilizem.[10]
Isso reflete na grande capacidade calorífica dos oceanos.
Um aumento nas temperaturas globais pode, em
contrapartida, causar outras alterações, incluindo aumento
no nível do mar e em padrões de precipitação resultando em
enchentes e secas[11].
Podem também haver alterações nas freqüências e intensidades
de eventos de temperaturas extremas, apesar de ser difícil
de relacionar eventos específicos ao aquecimento global.
Outros eventos podem incluir alterações na disponibilidade
agrícola, recuo glacial, vazão reduzida em rios durante o
verão, extinção de espécies e aumento em vetores de doenças.
Incertezas científicas restantes incluem o exato grau da
alteração climática prevista para o futuro, e como essas
alterações irão variar de região em região ao redor do
globo. Existe um debate político e público para se decidir
que ação se deve tomar para reduzir ou reverter aquecimento
futuro ou para adaptar às suas conseqüências esperadas. A
maioria dos governos nacionais assinou e ratificou o
Protocolo de Quioto, que visa o combate à emissão de gases
estufa.
Terminologia
O termo "aquecimento global" é um exemplo específico de
mudança climática à escala global. O termo "mudança
climática" também pode se referir ao esfriamento global. No
uso comum, o termo se refere ao aquecimento ocorrido nas
décadas recentes e subentende-se uma influência humana.[12]
A Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC)
usa o termo "mudança climática" para mudanças causadas pelo
Homem, e "variabilidade climática" para outras mudanças.[13]
O termo "alteração climática antropogênica" é por vezes
usado quando se fala em mudanças causadas pelo Homem.
Evidências do aquecimento
global
A principal evidência do aquecimento global vem das
medidas de temperatura de estações meteorológicas em todo o
globo desde 1860. Os dados com a correção dos efeitos de
"ilhas urbanas" mostra que o aumento médio da temperatura
foi de 0.6 ± 0.2 °C durante o século XX. Os maiores aumentos
foram em dois períodos: 1910 a 1945 e 1976 a 2000[14].
De
1945 a
1976, houve um arrefecimento que fez com que
temporariamente a comunidade científica suspeitasse que
estava a ocorrer um arrefecimento global[15].
O aquecimento verificado não foi globalmente uniforme.
Durante as últimas décadas, foi em geral superior entre as
latitudes de 40°N e 70°N, embora em algumas áreas, como a do
Oceano Atlântico Norte, tenha havido um arrefecimento[16].
É muito provável que os continentes tenham aquecido mais do
que os oceanos[17].
Há, no entanto que referir que alguns estudos parecem
indicar que a variação em irradiação solar pode ter
contribuído em cerca de 45–50% para o aquecimento global
ocorrido entre 1900 e 2000.
Evidências secundárias são obtidas através da observação
das variações da cobertura de neve das montanhas e de áreas
geladas, do aumento do nível global das mares, do aumento
das precipitações, da cobertura de nuvens, do El Niño e
outros eventos extremos de mau tempo durante o século XX.
Por exemplo, dados de satélite mostram uma diminuição de
10% na área que é coberta por neve desde os anos 60. A área
da cobertura de gelo no hemisfério norte na primavera e
verão também diminuiu em cerca de 10% a 15% desde 1950 e
houve retração os glaciais e da cobertura de neve das
montanhas em regiões não polares durante todo o século XX[18].
No entanto, a retração dos glaciais na Europa já ocorre
desde a era Napoleônica e, no Hemisfério Sul, durante os
últimos 35 anos, o derretimento apenas aconteceu em cerca de
2% da Antártida; nos restantes 98%, houve um esfriamento e a
IPPC estima que a massa da neve deverá aumentar durante este
século. Durante as décadas de 1930 e 1940, em que a
temperatura de toda a região ártica era superior à de hoje,
a retração dos glaciais na Groelândia era maior do que a
atual. A diminuição da área dos glaciais ocorrida nos
últimos 40 anos, deu-se essencialmente no Ártico, na Rússia
e na América do Norte; na Eurásia (no conjunto Europa e
Ásia), houve de fato um aumento da área dos glaciais, que se
pensa ser devido a um aumento de precipitação[19].
Estudos divulgados em Abril de 2004 procuraram demonstrar
que a maior intensidade das tempestades estava relacionada
com o aumento da temperatura da superfície da faixa tropical
do Atlântico. Esses fatores teriam sido responsáveis, em
grande parte, pela violenta temporada de furacões registrada
nos Estados Unidos, México e países do Caribe. No entanto,
enquanto, por exemplo, no período de quarto-século de
1945-1969, em que ocorreu um ligeiro aquecimento global,
houve 80 furacões principais no Atlântico, no período de
1970-1994, quando o globo se submetia a uma tendência de
aquecimento, houve apenas 38 furacões principais. O que
indica que a atividade dos furacões não segue
necessariamente as tendências médias globais da temperatura[20].
Determinação da temperatura
global à superfície
A determinação da temperatura global à superfície é feita
a partir de dados recolhidos em terra, sobretudo em estações
de medição de temperatura em cidades, e nos oceanos,
recolhidos por navios. É feita uma seleção das estações a
considerar, que são as que se consideram mais confiáveis, e
é feita uma correção no caso de estas se encontrarem perto
de urbanizações. As tendências de todas as seções são então
combinadas para se chegar a uma temperatura global.
Variação de temperatura
na Terra de 1860 até 2004
O globo é dividido em seções de 5º
latitude/5º longitude e é calculada uma média pesada da
temperatura mensal média das estações escolhidas em cada
seção. As seções para as quais não existem dados são
deixadas em branco, sem as estimar a partir das seções
vizinhas, e não entram nos cálculos. A média obtida é então
comparada com a referência para o período de 1961-1990,
obtendo-se o valor da anomalia para cada mês. A partir
desses valores é então calculada uma média pesada
correspondente à anomalia anual média global para cada
Hemisfério e, a partir destas, a anomalia global[21].
Desde Janeiro de 1979, os satélites da NOAA passaram a
medir a temperatura da troposfera inferior (de 1000m a 8000m
de altitude) através da monitorizarão das emissões de
microondas por parte das moléculas de oxigênio na atmosfera.
O seu comprimento de onda está diretamente relacionado com a
temperatura (estima-se uma precisão de medida da ordem dos
0.01°C). Estas medições indicam um aquecimento de menos de
0.1°C, desde 1979, em vez dos 0.4°C obtidos a partir dos
dados à superfície.
É de notar que os dois conjuntos de dados não divergem na
América do Norte, Europa Ocidental e Austrália, onde se
pensa que os dados das estações são registrados e mantidos
de um modo mais fiável. É apenas fora destas grandes áreas
que os dados divergem: onde os dados de satélite mostram uma
tendência de evolução quase neutra, os dados das estações à
superfície mostram um aquecimento significativo (Dentro da
mesma região tropical, enquanto os dados das estações na
Malásia e Indonésia mostram um aquecimento, as de Darwin e
da ilha de Willis, não.)
Existe controvérsia relativamente à explicação desta
divergência. Enquanto alguns pensam que existem erros graves
nos dados recolhidos à superfície, e no critério de seleção
das estações a considerar, outros põem a hipótese de existir
um processo atmosférico desconhecido que explique uma
divergência em certas partes do globo entre as duas
temperaturas.
Por sua vez, Bjarne Andresen[22]
, professor do Niels Bohr Institute da Universidade de
Copenhaga, defende que é irrelevante considerar uma única
temperatura global para um sistema tão complicado como o
clima da Terra. O que é relevante é o caráter heterogêneo do
clima e só faz sentido falar de uma temperatura no caso de
um sistema homogêneo. Para ele, falar de uma temperatura
global do planeta é tão inútil como falar no «número de
telefone médio» de uma lista telefônica.
Causas possíveis
O sistema climático terrestre muda em resposta a
variações em fatores externos incluindo variações na sua
órbita em torno do Sol[23][24][25],
erupções vulcânicas[26],
e concentrações atmosféricas de gases do efeito estufa. As
causas detalhadas do aquecimento recente continuam sendo uma
área ativa de pesquisa, mas o consenso científico[27][28]
identifica os níveis aumentados de gases estufa devido à
atividade humana como a principal causa do aquecimento
observado desde o início da era industrial. Essa atribuição
é mais clara nos últimos 50 anos, para os quais estão
disponíveis os dados mais detalhados. Contrastando com o
consenso científico, outras hipóteses foram avançadas para
explicar a maior parte do aumento observado na temperatura
global. Uma dessas hipóteses é que o aquecimento é resultado
principalmente da variação na atividade solar.[29][30][31]
[7]
[8]
[32][33]
[34]
Nenhum dos efeitos produzidos pelos fatores
condicionantes é instantâneo. Devido à inércia térmica dos
oceanos terrestres e à lenta resposta de outros efeitos
indiretos, o clima atual da Terra não está em equilíbrio com
o condicionamento que lhe é imposto. Estudos de compromisso
climático indicam que ainda que os gases estufa se
estabilizassem nos níveis do ano 2000, um aquecimento
adicional de aproximadamente 0,5 °C ainda ocorreria.[35]
Gases de
efeito estufa na atmosfera
O efeito estufa foi descoberto por Joseph
Fourier em 1824 e investigado
quantitativamente pela primeira vez por
Svante Arrhenius em 1896. Consiste no
processo de absorção e emissão de radiação
infravermelha pelos gases atmosféricos de um
planeta, resultando no aquecimento de sua
superfície e atmosfera. Os gases estufa
criam um efeito estufa natural, sem o qual a
temperatura média da Terra seria cerca de
30°C mais baixa, tornando-a inabitável para
a vida como a conhecemos[13].
Portanto, os cientistas não “acreditam” ou
“se opõem” ao efeito estufa; o debate
consiste na discussão de quais gases
contribuem para este efeito, através de
mecanismos de retroalimentação positiva ou
negativa. Na Terra, os gases que mais
contribuem para o efeito estufa são o vapor
de água, que causa de 36 a 70% do efeito
natural (não incluindo nuvens); o dióxido de
carbono (CO2), que causa de 9 a
26%; o metano (CH4), causando
entre 4 e 9%; e o ozônio, que causa entre 3
e 7%.[14][15]
Emissões antropogênicas de outros poluentes
- em especial aerossóis de sulfato – podem
gerar um efeito refrigerativo através do
aumento do reflexo da luz incidente. A
questão que se coloca é saber como a
intensidade do efeito estufa varia quando a
atividade humana aumenta as concentrações
atmosféricas de alguns gases de efeito
estufa.
As concentrações atmosféricas de CO2
e CH4 aumentaram em 31% e 149%,
respectivamente, acima dos níveis
pré-industriais, desde
1750. Estes níveis são consideravelmente
mais altos do que em qualquer período nos
últimos 650'000 anos, o período em que é
possível extrair informações confiáveis dos
testemunhos de gelo.[16]
Utilizando-se de evidências geológicas menos
diretas, acredita-se que níveis tão altos de
CO2 só estiveram presentes na
atmosfera há 20 milhões de anos.[17]
Aproximadamente três quartos das emissões
antropogênicas de CO2 para a
atmosfera durante os últimos 20 anos são
devidas à queima de combustíveis fósseis. O
resto das emissões são devidas
predominantemente às mudanças no uso da
terra, especialmente o desmatamento.[18]
A atual concentração de gás carbônico na
atmosfera é de aproximadamente 383 partes
por milhão (ppm) em volume.[19]
Os níveis futuros de CO2 devem
ser ainda maiores devido à ocorrência
contínua dos motivos mencionados
anteriormente. A taxa de aumento irá
depender de fatores econômicos,
sociológicos, tecnológicos e naturais
incertos, mas está limitada, em última
análise, pela disponibilidade total de
combustíveis fósseis. O “Relatório Especial
de Cenários de Emissão” (Special Report on
Emissions Scenarios, originalmente), do
IPCC, prevê vários cenários futuros
possíveis para a concentração de CO2,
variando entre 541 e 970ppm para o ano de
2100[20].
As reservas de combustível fóssil são
suficientes para alcançar este patamar e
continuar as emissões além de 2100, se
carvão, areias betuminosas ou hidratos de
metano forem extensivamente utilizados[21].
Efeitos como a liberação de metano, devido
ao derretimento do permafrost
(possíveis 70 biliões de toneladas só na
Sibéria ocidental), podem levar a uma
intensificação adicional do efeito estufa[22],
não incluída no modelo climático do IPCC.
História
Desde o período atual até o
início da humanidade
As temperaturas globais tanto na terra como no mar
aumentaram em 0,75 °C relativamente ao período entre 1860 e
1900, de acordo com o registro instrumental de temperaturas.
Esse aumento na temperatura medido não é significativamente
afetado pela ilha de calor urbana. Desde 1979, as
temperaturas em terra aumentaram quase duas vezes mais
rápido que as temperaturas no oceano (0,25 °C por década
contra 0,13 °C por década
[36]). Temperaturas
na troposfera mais baixa aumentaram entre 0,12 e 0,22 °C por
década desde 1979, de acordo com medições de temperatura via
satélite. Acredita-se que a temperatura tem sido
relativamente estável durante os 1000 anos que antecederam
1850, com possíveis flutuações regionais como o período de
calor medieval ou a pequena idade do gelo.
Tendências (1979-2005):
| global: 0,163 ± 0,046°C/ década, CRU/UKMO (Brohan et
al., 2006),
[37]
|
| global: 0,174 ± 0,051°C/ década, NCDC (Smith and
Reynolds, 2005), e
[38]
|
| global: 0,170 ± 0,047°C/ década, GISS (Hansen et
al., 2001).
[39]
|
| Hemisfério Sul, 0,092 ± 0,038°C/ década, CRU/UKMO (Brohan
et al., 2006),
[37]
|
| Hemisfério Sul, 0,096 ± 0,038°C/ década, NCDC (Smith
and Reynolds, 2005), e
[38]
|
| Hemisfério Norte, sobre terra: 0,328 ± 0,087°C/
década, CRU/UKMO (Brohan et al., 2006),
[37]
|
| Hemisfério Norte, sobre terra: 0,344 ± 0,096°C/
década, NCDC (Smith and Reynolds, 2005),
[38]
|
| Hemisfério Norte, sobre terra: 0,294 ± 0,074°C/
década, GISS (Hansen et al., 2001), e
[39]
|
| Hemisfério Norte, sobre terra: 0,301 ± 0,075°C/
década, Lugina et al. (2006).
[40]
[41] |
Baseado em estimativas do Instituto Goddard de Estudos
Espaciais da NASA (Goddard Institute for Space Studies, no
original), 2005 foi o ano mais quente desde que medições
instrumentais confiáveis tornaram-se disponíveis no fim do
século XIX, ultrapassando o recorde anterior marcado em 1998
por alguns centésimos de grau. Estimativas preparadas pela
Organização Meteorológica Mundial e a Unidade de Pesquisa
Climática da Universidade de East Anglia concluíram que 2005
foi o segundo ano mais quente, depois de 1998.
Emissões antropogênicas de outros poluentes - em especial
aerossóis de sulfato – podem gerar um efeito refrigerativo
através do aumento do reflexo da luz incidente. Isso explica
em parte o resfriamento observado no meio do século XX,
apesar de que o resfriamento pode ser também em parte devido
à variabilidade natural.
O paleoclimatologista William Ruddiman argumentou que a
influência humana no clima global iniciou-se por volta de
8'000 anos atrás, com o início do desmatamento florestal
para o plantio e 5'000 anos atrás com o início da irrigação
de arroz asiática. A interpretação que Ruddiman deu ao
registro histórico com respeito aos dados de metano tem sido
disputado.
Modelos climáticos
O alarme com o aquecimento global deriva, sobretudo, dos
resultados das simulações estatísticas feitas com base em
modelos numéricos climáticos e não da observação direta da
evolução de variáveis físicas reais. Quando a concentração
de gases de efeito de estufa é aumentada nessas simulações,
quase todas elas mostram um aumento na temperatura global,
sobretudo nas mais altas latitudes do Hemisfério Norte. No
entanto, os modelos atualmente usados não simulam todos os
aspectos do clima e fazem várias previsões erradas para a
época atual: nomeadamente, prevêem o dobro do aquecimento
que tem sido efetivamente observado e, por exemplo, uma
diminuição de pressão no Oceano Índico, uma área muito
sensível para o sistema global, quando se observa o
contrário. Estudos recentes indicam igualmente que a
influência solar poderá ser significativamente maior da que
é suposta nos modelos.
Embora se fale de um consenso de uma maioria dos
cientistas de que modelos melhores não mudariam a conclusão
de que o aquecimento global é sobretudo causado pela ação
humana, existe também um certo consenso de que é provável
que importantes características climáticas estejam sendo
incorretamente incorporadas nos modelos climáticos[42].
De fato, nesses modelos, os parâmetros associados ao efeito
de estufa são «afinados» inicialmente de modo a que os
modelos forneçam uma estimativa correta do aumento de
temperatura observado nos últimos 100 anos (0.6°-0.7°C). Ou
seja, as simulações partem do princípio que é realmente o
efeito de estufa que está na origem desse aquecimento. Se
houver outras causas naturais desconhecidas para o
aquecimento, como as associadas à influência solar e à
recuperação desde a Pequena Idade do Gelo, elas não podem
ser incluídas na modelação. De fato, os modelos não permitem
fazer previsões mas apenas fazer projeções, ou
conjecturas, sobre o clima futuro com base em simulações
correspondendo a vários cenários possíveis.
A maioria dos modelos climáticos globais, quando usados
para projetar o clima no futuro, é forçada por cenários de
gases do efeito estufa, geralmente o do Relatório Especial
sobre Cenários de Emissão do IPCC. Menos freqüentemente, os
modelos podem ser usados adicionando-se uma simulação do
ciclo do carbono; isso geralmente mostra uma resposta
positiva, apesar dela ser incerta. Alguns estudos de
observação também mostram uma resposta positiva.[43]
[44]
[45]
São essas limitações dos modelos usados para as
previsões, que não têm em conta o desconhecimento atual
sobre as causas naturais para as variações da temperatura
ocorridas durante os últimos milênios, que fazem com que
muitos climatólogos acreditem que a parte do aquecimento
global causado pela ação humana é bem menor do que se pensa
atualmente.[46]
Modelo de Hansen
Em setembro de 2006, James Hansen, diretor do Instituto
Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, juntamente com seus
colaboradores, publicou na revista "PNAS", da Academia
Nacional de Ciências dos EUA, uma matéria em que são
apresentadas informações detalhadas de um modelo climático
aperfeiçoado desde os anos 80, alimentado por medições
originadas de satélites, navios e estações meteorológicas no
mundo inteiro.
O estudo afirma que nos últimos 30 anos o planeta
esquentou 0,6°C, perfazendo um aumento total de 0,8°C no
século XX. A temperatura média atual é a maior dos últimos
12 mil anos, faltando apenas mais 1°C para que seja a mais
alta do último milhão de anos.
Segundo Hansen, caso o aquecimento aumente a temperatura
média em mais 2°C ou 3°C, o cenário geográfico do planeta
será radicalmente diferente do atual. A última vez em que a
Terra esteve tão quente foi 3 milhões de anos atrás, na
época do Plioceno, quando o nível do mar estava vinte e
cinco metros acima do atual.
Verificou-se que o aquecimento foi maior na região do
pólo norte, porque o gelo derretido nessa área expôs água,
terra e rochas com cores mais escuras, diminuindo o albedo
local e, conseqüentemente, a absorção de calor solar foi
maior.
A temperatura da água está sofrendo alterações mais
lentas, mas foi registrado aquecimento dos oceanos Índico e
Pacífico, o que fará com que fenômenos como o El Niño sejam
mais significativos nos próximos anos.
Curiosidades
| 1,1 a 6,5 °C. De acordo com estimativas feitas pelo
painel intergovernamental de mudança climática, em 2007,
essa é a faixa de elevação que pode sofrer a temperatura
média global até o final deste século. (A previsão
anterior era de 1,6 a 5,8 °C, o que implica um aumento
de incerteza quanto a esta previsão.)
|
| 2.000 quilômetros quadrados. Todo ano, áreas desse
tamanho se transformam em deserto devido à falta de
chuvas.
|
| 40% das árvores da Amazônia podem desaparecer antes
do final do século, caso a temperatura suba de 2 a 3
graus.
|
| 2.000 metros. Foi o comprimento que a geleira
Gangotri (que tem agora 25 km), no Himalaia, perdeu em
150 anos. E o ritmo está acelerando.
|
| 750 bilhões de toneladas. É o total de CO2
na atmosfera hoje.
|
| 2050. Cientistas calculam que, quando chegarmos a
esse ano, milhões de pessoas que vivem em deltas de rios
serão removidas, caso seja mantido o ritmo atual de
aquecimento.
|
| a calota polar irá desaparecer por completo dentro
de 100 anos, de acordo com estudos publicados pela
National Sachetimes de Nova Iorque em julho de 2005,
isso irá provocar o fim das correntes marítimas no
oceano atlântico, o que fará que o clima fique mais
frio, é a grande contradição de aquecendo esfria.
|
| o clima ficará mais frio apenas no hemisfério norte,
quanto ao resto do mundo a temperatura média subirá e os
padrões de secas e chuvas serão alterados em todo o
planeta.
|
| o aquecimento da terra e também outros danos ao
ambiente estão fazendo com que a seleção natural vá num
ritmo 50 vezes mais rápido do que o registrado há 100
anos.
|
| de 9 a 58% das espécies em terra e no mar vão ser
extintas nas próximas décadas, segundo diferentes
hipóteses. |
Aquecimento global e possíveis
impactos na Amazônia
Analisando quantitativamente as prováveis alterações e
redistribuições dos grandes biomas brasileiros em resposta a
cenários de mudanças climáticas projetadas por seis
diferentes modelos climáticos globais avaliados pelo IPCC
para o final do Século XXI, temos resultados diferentes para
cada projeção de modelo climático, resultado das projeções
convergirem para o estudo do aumento da temperatura.
Com uma media das projeções, obtemos um aumento da áreas
de savana na América do sul tropical, dentre esses modelos
alguns indicam diminuição das chuvas na Amazônia, outros não
indicam alteração, enquanto um deles chega projetar aumento
das chuvas.
Alguns estudos sobre resposta das espécies da flora e da
fauna Amazônica e do Cerrado indicam que para um aumento de
2 a 3 C na temperatura média até 25% das árvores do cerrado
e até cerca de 40% de árvores da Amazônia poderiam
desaparecer até o final deste Século.[47]
Conseqüências
Devido aos efeitos potenciais sobre a saúde humana,
economia e meio ambiente o aquecimento global tem sido fonte
de grande preocupação. Importantes mudanças ambientais têm
sido observadas e foram ligadas ao aquecimento global. Os
exemplos de evidências secundárias citadas abaixo
(diminuição da cobertura de gelo, aumento do nível do mar,
mudanças dos padrões climáticos) são exemplos das
conseqüências do aquecimento global que podem influenciar
não somente as atividades humanas mas também os
ecossistemas. Aumento da temperatura global permite que um
ecossistema mude; algumas espécies podem ser forçadas a sair
dos seus habitats (possibilidade de extinção) devido a
mudanças nas condições enquanto outras podem espalhar-se,
invadindo outros ecossistemas.
Entretanto, o aquecimento global também pode ter efeitos
positivos, uma vez que aumentos de temperaturas e aumento de
concentrações de CO2 podem aprimorar a produtividade do
ecossistema. Observações de satélites mostram que a
produtividade do hemisfério Norte aumentou desde 1982. Por
outro lado é fato de que o total da quantidade de biomassa
produzida não é necessariamente muito boa, uma vez que a
biodiversidade pode no silêncio diminuir ainda mais um
pequeno número de espécies que esteja florescendo.
O aquecimento da superfície favorecerá um aumento da
evaporação nos oceanos o que fará com que haja na atmosfera
mais vapor de água (o gás de estufa mais importante,
sobretudo porque existe em grande quantidade na nossa
atmosfera). Isso poderá fazer com que aumente cada vez mais
o efeito de estufa e com que o aquecimento da superfície
seja reforçado. Podemos, nesse caso, esperar um aquecimento
médio de 4 a 6°C na superfície. Mas mais umidade (vapor de
água) no ar pode também significar uma presença de mais
nuvens na atmosfera o que se pensa que, em média, poderá
causar um efeito de arrefecimento.
As nuvens têm de fato um papel importante no equilíbrio
energético porque controlam a energia que entra e que sai do
sistema. Podem arrefecer a Terra, ao refletirem a luz solar
para o espaço, e podem aquecê-la por absorção da radiação
infravermelha radiada pela superfície, de um modo análogo ao
dos gases associados ao «efeito de estufa». O efeito
dominante depende de muitos fatores, nomeadamente da
altitude e do tamanho das nuvens e das suas gotículas.
Por outro lado, o aumento da evaporação poderá provocar
pesados aguaceiros e mais erosão. Muitas pessoas pensam que
isto poderá causar resultados mais extremos no clima, com um
progressivo aquecimento global.
O aquecimento global também pode apresentar efeitos menos
óbvios. A Corrente do Atlântico Norte, por exemplo, é
provocada por diferenças de temperatura entre os mares. E
aparentemente ela está diminuindo à medida que a temperatura
média global aumenta. Isso significa que áreas como a
Escandinávia e a Inglaterra que são aquecidas pela corrente
poderão apresentar climas mais frios a respeito do aumento
do aquecimento global.
O aumento no número de mortos, desabrigados e perdas
econômicas previstas devido ao clima severo atribuído ao
aquecimento global pode ser piorado pelas densidades
crescentes de população em áreas afetadas, apesar de ser
previsto que as regiões temperadas tenham alguns benefícios
menores, tais como poucas mortes devido à exposição ao frio.
Um sumário dos prováveis efeitos e conhecimentos atuais pode
ser encontrado no relatório feito para o “Terceiro Relatório
de Balanço do IPCC” pelo Grupo de Trabalho 2. Já o resumo do
mais recente, “Quarto Relatório de Balanço do IPCC”, informa
que há evidências observáveis de um aumento no número de
ciclones tropicais no Atlântico Norte desde por volta de
1970, em relação com o aumento da temperatura da superfície
do mar, mas que a detecção de tendências a longo prazo é
difícil pela qualidade dos registros antes das observações
rotineiras dos satélites. O resumo também diz que não há uma
tendência clara do número de ciclones tropicais no mundo.[48]
Efeitos adicionais antecipados incluem aumento do nível
do mar de 110 a 770 milímetros entre 1990 e 2100,
repercussões na agricultura, possível desaceleração da
circulação termoalina, reduções na camada de ozônio, aumento
na intensidade e freqüência de furacões, baixa do pH do
oceano e propagação de doenças como malária e dengue. Um
estudo prevê que 18% a 35% de 1103 espécies de plantas e
animais serão extintas até 2050, baseado nas projeções do
clima no futuro.[49]
Aumento do nível médio das
águas do mar
Nível dos oceanos
Uma outra causa de grande preocupação é o aumento do
nível médio das águas do mar. O nível dos mares está
aumentando em 0.01 a 0.025 metros por década o que pode
fazer com que no futuro algumas ilhas de países insulares no
Oceano Pacífico fiquem debaixo de água. O aquecimento global
provoca subida dos mares principalmente por causa da
expansão térmica da água dos oceanos. O segundo fator mais
importante é o derretimento de calotas polares e camadas de
gelo sobre as montanhas, que são muito mais afetados pelas
mudanças climáticas do que as camadas de gelo da Gronelândia
e Antártica, que não se espera que contribuam
significativamente para o aumento do nível do mar nas
próximas décadas, por estarem em climas frios, com baixas
taxas de precipitação e derretimento. Alguns cientistas
estão preocupados que no futuro, a camada de gelo polar e os
glaciares derretam significativamente. Se isso acontecesse,
poderia haver um aumento do nível das águas, em muitos
metros. No entanto, os cientistas não esperam um maior
derretimento nos próximos 100 anos e prevê-se um aumento do
nível das águas entre 14 e 43 cm até o fim deste
século.(Fontes: IPCC para os dados e as publicações da
grande imprensa para as percepções gerais de que as mudanças
climáticas).
Foi preciso ter em conta muitos fatores para se chegar a
uma estimativa do aumento do nível do mar no passado. Mas
diferentes investigadores, usando métodos diferentes,
acabaram por confirmar o mesmo resultado. O cálculo que
levou à conclusão não foi simples de fazer. Na Escandinávia,
por exemplo, as medidas realizadas parecem indicar que o
nível das águas do mar está a descer cerca de 4 milímetros
por ano. No norte das Ilhas Britânicas, o nível das águas do
mar está também a descer, enquanto no sul se está a elevar.
Isso deve-se ao fato da Fennoscandia (o conjunto da
Escandinávia, da Finlândia e da Dinamarca) estar ainda a
subir, depois de ter sido pressionada por glaciares de
grande massa durante a última era glacial
[14]. Demora muito tempo a subir porque é só muito
lentamente que o magma consegue fluir para debaixo dela; e
esse magma tem que vir de algum lado próximo, como os Países
Baixos e o sul das Ilhas Britânicas, que se estão lentamente
a afundar. Em Bangkok, por causa do grande incremento na
extração de água para uso doméstico, o solo está a
afundar-se e os dados parecem indicar que o nível das águas
do mar subiu cerca de 1 metro nos últimos 30 anos.
Adaptação e mitigação
O amplo consenso entre os cientistas do clima de que as
temperaturas globais continuarão a aumentar tem levado
nações, estados, empresas e cidadãos a implementar ações
para tentar reduzir o aquecimento global ou ajustar-se a
ele. Muitos grupos ambientais encorajam ações individuais
contra o aquecimento global, freqüentemente por parte dos
consumidores, mas também através de organizações
comunitárias e regionais. Outros têm sugerido o
estabelecimento de um limite máximo para a produção de
combustíveis fósseis, citando uma relação direta entre a
produção de combustíveis fósseis e as emissões de CO2
.[50][51]
Também têm ocorrido ações de negócios sobre a mudança
climática, incluindo esforços no aumento da eficiência
energética e uso de fontes alternativas. Uma importante
inovação tem sido o desenvolvimento de um comércio de
emissões dos gases do efeito estufa através do qual
empresas, em conjunto com os governos, concordam em limitar
suas emissões ou comprar créditos daqueles que emitiram
menos do que as suas quotas.
O principal acordo mundial para combater o aquecimento
global é o Protocolo de Quioto, uma emenda à
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima
(CQNUMC) , negociado em 1997. O protocolo abrange mais de
160 países e mais de 55% das emissões de gases do efeito
estufa.[52]
Apenas os Estados Unidos, historicamente o maior emissor de
gases do efeito estufa do mundo, e o Cazaquistão
recusaram-se a ratificar o tratado. A China e a Índia, dois
outros grande emissores, ratificaram o tratado, mas como
países em desenvolvimento, estão isentos de algumas
cláusulas. Segundo alguns estudos a China poderá ter já
ultrapassado os Estados Unidos como maior emissor de gases
de efeito estufa. O líder chinês Wen Jiabao exortou a nação
a redobrar os seus esforços no combate à poluição e ao
aquecimento global.[53]
Este tratado expira em 2012, e debates internacionais
iniciaram-se em maio de 2007 sobre um novo tratado para
suceder ao vigente.[54]
O aumento das descobertas científicas sobre o aquecimento
global tem resultado em debates políticos e econômicos.
Regiões pobres, em particular a África, têm grandes chances
de sofrerem a maior parte dos efeitos do aquecimento global,
enquanto suas emissões são desprezíveis em relação às
emissões dos países desenvolvidos[55].
Ao mesmo tempo, isenções de países em desenvolvimento de
algumas cláusulas do Protocolo de Kyoto têm sido criticadas
pelos Estados Unidos e estão sendo usadas como sua
justificativa para não ratificar o protocolo[56].
No ocidente, a idéia da influência humana no clima e os
esforços para combatê-lo ganharam maior aceitação na Europa
que nos Estados Unidos.[57]
[58]
Empresas de combustíveis fósseis como a ExxonMobil
lançaram campanhas para tentar diminuir a importância dos
riscos das mudanças climáticas, enquanto grupos ambientais
fazem o contrário, evidenciando a divisão entre os que
defendem a teoria antropocêntrica e os que defendem a teoria
natural.[59]
[60]
Este problema acendeu debates nos Estados Unidos sobre os
benefícios em limitar as emissões industriais de gases do
efeito estufa para reduzir os impactos no clima versus os
efeitos que isso causaria na atividade econômica. Há também
discussões em diversos países sobre o custo de adotar fontes
de energia alternativas e mais limpas para reduzir as
emissões.
Outro ponto do debate é o grau com que países
recém-industrializados, como China e Índia, deveriam ter o
privilégio de aumentar suas emissões industriais,
especialmente a China, uma vez que se espera que ela
ultrapasse os Estados Unidos na emissão de gases do efeito
estufa até 2010.[61]
Referências
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inglês)
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Proceedings of the National Academy of Sciences of
the United States of America(em
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Mangini A., Kubatzki C., Roth K., Kromer B. (2005);
Possible solar origin of the 1.470-year glacial
climate cycle demonstrated in a coupled model.-
Nature 438: 208 - 211.
- ↑
8,0
8,1
Christl M., Mangini A., Holzkämper S., Spötl C.
(2004); Evidence for a link between the flux of
galactic cosmic rays and Earth's climate during the
past 200,000 years. Journal of Atmospheric and Solar
- Terrestrial Physics.
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[1](em
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Environmental Protection Agency(em
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- ↑
United Nations Framework Convention on Climate
Change(em
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- ↑
IPCC
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04/03/19
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